quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Não ao relativismo absoluto

Estou completamente de acordo contigo Marta.
Mas compreendo o que a Júlia quis dizer. Segundo os países que praticam a excisão, as mulheres que não o fazem ao prestam, sendo assim brutalmente pressionadas a fazerem-no. Aqui a diferença é que, mesmo com a pressão, as mulheres não querem, tentam fugir a essa dolorosa ‘tradição’. Mulheres… ainda nem mulheres são, esta pratica é feita a raparigas ainda na sua adolescência, e muitas vezes ainda na infância, com apenas dois ou três anos, porque, segundo eles, é mais fácil.
"As mulheres guineenses muçulmanas a viver em Portugal são todas excisadas"
"Para nós, as mulheres que não são excisadas não prestam"
"Os usos e costumes não devem ser abandonados. Há uma tendência na Europa para monopolizar a civilização e cultura dos outros. Não deviam pôr em causa os nossos valores, nem dizer 'A nossa civilização é mais bonita do que a vossa'". "Não é crime, não pode ser crime, porque é a nossa tradição. É um símbolo da nossa identidade, uma forma de continuarmos a saber quem somos, fora do nosso país".
É certo que temos de aceitar as culturas dos outros povos, mas ate um certo ponto, á limites! Para isso existem os direitos humanos, e se não intervimos quando nos dão o argumento ‘é uma cultura nossa, não um crime’ então estamos a virar as costas a tudo e a preocuparmo-nos apenas com o nosso país, com a nossa cultura, connosco. Se isso é o relativismo absoluto, então digo não. Relativismo sim, ate um certo ponto, mas relativismo absoluto nunca.

Mariana

3 comentários:

  1. De acordo.

    Acrescento só que acho que devemos proibir estas práticas em pessoas menores, mas que as maiores devem decidir se o querem fazer ou não, estão dentro da liberdade delas. (embora não me passe pela cabeça uma única razão pela qual alguém queira fazer isto)

    Em relação ao relativismo concordo também. Só acho que há um valor que tem de ser transversal a todas as culturas: a tolerância. Aliás, o relativismo moderado parece-me inconsistente se assim não for. O que significa também que acabam as pressões sociais para que haja MGF, e também depilação! Viva os pelões!

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  2. Quem fez este comentário que se acuse! ahah

    Eu compreendi o que a Júlia quis dizer, e a essa pressão social que existe eu digo, tal como o/a anónimo/a disse: acabar com ela! E com as outras também, mas esta é mais urgente.

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  3. Concordo com vocemeces...

    O problema destas questoes é ver onde está o limite.
    Se no fazer ou nao a depilação é obvio que cada um sabe de si e ninguem tem de obrigar ninguem.
    E na mutilação genital feminina (na minha e opiniao) é obvio que nao devia ser obrigado nem permitido.

    O problema reside no meio termo, em que altura devemos deixar os povos ter as suas tradicoes (usem burca á vontade, andem vestidos de preto, oicam musica folclore japonesa, sejam muculmanos, gostei de macdonnalds, feijoada e de caril) e até que ponto devemos tomar uma posicao (nao facam mutilacao genital feminina, nao condenem pessoas á pedrada, nao mandem bombas no comboio)
    Dizem, os que nao respeitem os direitos humanos opomos-nos os outros é tasse bem, já é um começo mas nao chega. Quem escreveu os direitos humanos tem o poder de decidir até que ponto vai o relativismo cultural? se calhar nao engloba coisas que deviamos abolir, ou entao engloba coisas a mais que nao deviamos abolir. Aqui divergem as opinioes e torna-se dificil decidir em situaçoes de meio termo (nem carne nem peixe) que se dividem mais as opinioes.

    Mas comecemos pelas obvias!! Quando as conseguirmos abolir logo pensamos no resto ;)

    Zé Pê

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