quinta-feira, 1 de outubro de 2009

O filme de Alain Renais - Fumar

Já vi que a discussão sobre a dicotomia determinismo/ livre arbítrio está acesa. Subjacente a esta está também a questão do acaso e da contingência ou pré-determinação do nosso futuro.

Passar o filme do Alain Resnais envolve um certo risco. Este cineasta francês, felizmente ainda vivo e activo com 87 anos é o grande autor sobre o tempo e a memória de toda a história do cinema. Podem consultar alguma coisa sobre ele na Net e verificarão que os seus filmes (muito densos e metafísicos nos anos 60 e 70 e consideravelmente mais "ligeiros" nos anos seguintes) são quase sempre obras marcantes na história do cinema.

O díptico Fumar/Não Fumar ( 2 filmes distintos, embora com as mesmas personagens num e noutro) é, do ponto de vista formal um filme teatral. Só tem dois actores (Pierre Arditti e Sabine Azemá) que se desdobram em 8 ou 9 personagens) e o conjunto de dois filmes tem quase 5 horas! Claro que só vamos ver um deles. Curiosamente, os filmes são super-divertidos. A história é simples e passa-se em 5 ou 6 momentos distintos: hoje, daqui a 15 dias, daqui a três meses, etc, até chegar a 5 anos. Quando termina, após pouco mais de uma hora, há um retrocesso a um dos momentos situados no tempo anterior e altera-se uma decisão tomada na altura. O filme passa a seguir um percurso completamente diferente e o cineasta fá-lo tantas vezes que há variadas possibilidades de final.

Acho que se trata do filme ideal para debater a questão do determinismo e os problemas levantados na última aula pelo Pedro e o Rodrigo. Com isto, espero ter-vos despertado o interesse pelo filme, que é, uma obra prima. E já agora vem uma última e importante questão: Pressionem o Vasquinho para ele não se esquecer de passar o filme a DVD, ou, pelo menos a trazer as cassetes para o vermos em VHS.

Um abraço a tod@s

Jorge

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