quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Ainda sobre a Fúria de Fritz Lang

Estou a tentar fazer o download do filme A Fúria de Fritz Lang que alguns de nós tivemos a oportunidade de ver na Cinemateca.

Mas como estou a tentar obtê-lo do e-mule a coisa vai levar algum tempo e não tenho a certeza se vai ficar bem.

De qualquer modo, gostava que houvesse um voluntário entendido que pudesse transformar os ficheiros (quando estiverem concluídos num DVD) acrescentando as respectivas legendas que já consegui obter. Depois o filme poderia circular entre os que não o viram.

Jorge Saraiva

Sobre João César Monteiro

João César Monteiro (falecido no início de 2004) foi uma das mais controversas figuras da cultura portuguesa de todo o século XX.

Há quem o considere um génio (normalmente os círculos cinéfilos estrangeiros) e há quem o considere um impostor. A sua obra é bizarra e deu origem a imensas controvérsias, sobretudo a partir do filme Branca de Neve (um filme sem imagens e que é um dos menos interessantes da sua carreira).

Gostaria que pesquisassem alguma coisa sobre o cineasta ou falassem com quem tivesse visto os filmes dele e pudessem expressar aqui as vossas opiniões.

Como aperitivo, aqui fica um o trailer:

http://www.youtube.com/watch?v=jmvS2Q3aigw

Jorge

Algumas sugestões de filmes para o tema dos valores

Como sabem, vamos iniciar o 2º período abordando o tema dos valores. Gostaria que tivéssemos a possibilidade de uma abrangência tão ampla quanto possível sobre o tema e por isso vou sugerir alguns filmes. É evidente que não os vamos ver todos. Vocês poderão escolher os que mais vos agradarem, para além das vossas próprias sugestões de filmes, que, como sabem, serão sempre muito benvindas

- João César Monteiro - A Comédia de Deus. O anti-herói para além de todas as convenções de Bem e de Mal
- Luís Buñuel - Viridiana - Um filme entre Nietzsche e a anarquia sobre a inversão e transmutação de valores.
- Abbas Kiarostami - O Jardim da Cereja - a legitimidade moral e religiosa do suicídio
- Jean Pierre e Luc Dardenne - O Filho - O conflito entre o desejo de vingança e o respeito das valores morais.
- Elia Kazan - O Esplendor na Relva - Entre o amor e o desejo e a necessidade de preservar as convenções
- Luís Buñuel - La Belle de Jour - A moral dominante como hipocrisia e a fuga física a todas as convenções
- Milos Forman - Voando Sobre Um Ninho de Cucos - As instituições psiquiátricas e o esmagamento das diferenças.
Pedro Almodovar - Fala com Ela - Amor a qualquer preço?
- Todd Haynes - Longe do Paraíso - Os valores tradicionais conservadores como travão à afirmação da vontade pessoal.
- Wong Kar Wai - Disponível para Amar - Afinal o que podem valer os sentimentos perante as convenções?
Luchino Visconti - Morte em Veneza - O que é o Belo?
Federico Fellini - 8 1/2 - A dificuldade de criação da obra de arte
Victor Erice - O Sol do Marmeleiro - como se cria uma obra de arte? (tenho este filme no original castelhano, mas sem legendas)
Carl Dreyer - A Palavra - Até onde pode ir a Fé em Deus?
Luís Buñuel - A Via Láctea - Qual o papel histórico desempenhado pela Igreja Católica ao longo dos séculos?

A minha ideia era vermos aí uns 8 filmes neste ciclo, para podermos ainda iniciar o ciclo sobre ciência e tecnologia. Estes podem ser alguns, mas seria interessante que vocês pudessem escolher outros.Digam de vossa justiça aqui no blog.

Um feliz natal para todos

Jorge

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Depois das aulas

A crítica mais exigente diz que é o melhor filme em exibição em Lisboa. Ainda não o vi, mas quero ver se não o perco nestas férias. Trata-se de um filme sobre o universo da adolescência e a sua relação com a Internet.

Boas férias para tod@s

Jorge

domingo, 20 de dezembro de 2009

Recomenda-se

Capitalism: a story of love
Acho que seria um excelente filme para discutir política se o pudessemos ir ver numa daquelas "visitas de estudo".

A Nova vida do Sr Horten
Filme muito engraçado e com uma técnica de câmara incrível - os planos apanhados são fabulosos.


Fiquem bem ;)

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Cinemateca - Fúria

Tenho a informar todos os meninos e todas as meninas que não foram à cinemateca que perderam um dos melhores filmes que vimos na disciplina, sem dúvida uma óptima surpresa!! (para quem foi claro :P)

Não vou falar do filme, mas aconselho seriamente os moços que não viram a verem, com certeza vão gostar imenso.

Para a próxima já sabem, façam como eu. Pois o que eu faço é sempre o mais correcto...

Zeca o Careca

domingo, 13 de dezembro de 2009

Tonight we dine in hell!!!!!

O pessoal tenham lá calma.... Não comecem a dizer que o filme 300 é mau. Nas nossas aulas temos visto filmes que têm um carácter filosófico que nos permite discutir diversos temas, daí estarmos habituados que quando vimos um filme acharmos que este tem de ter algo para discutir.
Mas meus amigos não se esquecem que há 2 tipos de filmes ( e não são aqueles de Hollywood e os intelectuais que vocês estão sempre a dizer): os que são de puro entretimento e os que servem para reflectirmos sobre a vida, temas da actualidade.... O 300 é apenas um filme que serve não só para promover uma novela gráfica (a banda desenhada) como também entreter todos os fãs de frank miller. Mas para aqueles que querem dar um hipótese ao filme sugiro que vejam primeiro dois filmes: Sin city e o Watchmen. Dois filmes que levaram a banda desenhada a um outro nível especialmente Sin city sendo o filme a preto e branco com apenas alguns elementos a cores vivas (como por exemplo um vestido vermelho).

Abraço Lúcio

ps: não vejam o The Spirit pior filme de sempre acreditem!!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Mail da Professora Maria Campos

1º E-mail
"Como o vosso professor de Filosofia e Cinema vos informou, no dia 19 de Janeiro às 11.45 vamos visionar e debater o filme 300.
O filme é polémico, mas é preciso aprender a ver.
Slavoj Zizek é filósofo, psicnalista e cinéfilo. Há muitas obras dele publicadas em português.
Este artigo ajuda a ver para além do olhar superficial com que os críticos americanos arrasaram o filme.
Pedro, como não tenho o contacto dos teus colegas, ficas com a responsabilidade de lhes dar esta informação.
Depois em data a determinar, ainda no 2º período, vamos ver e analisar Blade Runner.
Aceitam-se propostas de datas.


Aqui vai um artigo do slavoj zizeck sobre o 300

http://www.lacan.com/zizhollywood.htm
"
2ºE-mail:
"Mas a obra resiste à interpretação.
Há perguntas que vale a pena fazer, para além da análise do filme.
Por exemplo:
- A história está contada de um ponto de vista subjectivo( o do soldado que regressa para contar, para que não se esqueçam...), reforçada pela mise en abyme inerente à utilização dos processos de outra técnica narrativa(B.D.) = viver uma experiência através de uma descrição de uma descrição.Nós que ouvimos a história mais de um milénio depois, como a podemos apreciar? Com que grelha mental a abordamos?
- Como podemos olhar para a história?
- Que preço iremos pagar no futuro por termos reduzido o estudo da história nas escolas?
- Podemos estabelecer um paralelo entre a educação para uma finalidade em Esparta, com a educação em regimes totalitários( comunistas, Israel....) ?
- A educação no mundo multicultural e globalizante está a criar pessoas informadas e capazes de defender os seus valores, ou a sociedade global está apenas a ser formatada pelo consumo e pela "escola de desatenção" que é a televisão e apenas temos cidadãos hedonistas?
- Se a liberdade for atacada, até que ponto estamos preparados para a defender se nem sequer nos apercebemos como ela é atacada..."

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Cortar o mato a 10 de Dezembro?

Já sei que alguns de vocês têm que ir cortar mato no dia 10 de Dezembro, porque, caso contrário, o professor de Educação Física baixa-vos a nota.

Queria recordar, para os que forem à aula, que esta será no dia 10 de Dezembro (5ª feira) às 11,45 na sala 1. Será projectado e discutido o clássico absoluto do neo-realismo italiano, Ladrões de Bicicletas, de Vittorio de Sica. Após o filme e porque a sala estará ocupada a partir das 13, 30, faremos a discussão na sala 31. Os que vão cortar o mato podem aparecer ou na sala 1 (se tiverem tempo) ou na sala 31 para a discussão.

Para o dia 15, a nossa última aula, estava a pensar no seguinte programa: Correspondendo ao pedido de alguns, víamos o filme cómico de Jacques Tati, " As Férias do Sr. Hulot", sem qualquer discussão, apenas por pura diversão. Depois falávamos um pouco nas notas e, finalmente íamos à Cinemateca (quem quiser, claro) ver o filme de Fritz Lang, a Fúria (que eu nunca vi).

O 2º período vai ser dedicado (em grande parte) aos valores. Queria começar por um filme choque do mais amoralista de todos os cineastas do mundo, o português João César Monteiro e a obra prima "A Comédia de Deus". Entretanto, a professora de Linguagens do Cinema, sugeriu-me outra actividade conjunta para o dia 19 de Janeiro (é uma 3ª feira) com a exibição do filme 300. O filme parece que é mauzinho, mas acho que vale a pena realizarmos uma actividade conjunta com eles. Digam qualquer coisa sobre isso.

Feliz Natal a todos e até amanhã

Jorge

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

A aula de dia 10 de Dezembro

Há uma grande dificuldade para reservar qualquer das salas de audiovisuais para 5ª feira dia 10 de Dezembro.

O melhor que consegui foi reservar a sala 1 das 11, 45 às 13, 30, uma vez que a sala já está reservada para a primeira aula da tarde.

Assim, sugiro que vejamos o filme Ladrões de Bicicletas que só tem 85 minutos e depois o vamos discutir para outra sala, que entretanto, tentarei arranjar. Por essa ordem de razões, é necessário que a projecção do filme comece a horas decentes.

Digam-me se estão de acordo com esta proposta.

Gostaria igualmente de saber da vossa disponibilidade para voltarmos à Cinemateca na última semana de aulas. Infelizmente o programa ainda não está na Internet, mas eu sei que há sempre algumas pessoas que sabem as coisas de forma antecipada.

Jorge

PS: Não se esqueçam que o(s) trabalho(s) deve ser apresentado até ao dia 10 de Dezembro

domingo, 29 de novembro de 2009

The Man Who Shot Liberty Valance

Achei esta iniciativa excelente. Ver filmes conjuntos com Linguagens e Cinema e fazer debates abertos não só divulga as disciplinas para 10º's e 11º's como possibilita-nos um maior debate com mais pontos de vista (como por exemplo a intervenção de um professor a falar da temática do amor, se assim não fosse acho que não nos lembrariamos de lá chegar...) e ainda a possibilidade de ver filmes não na sala 37, não na sala 1, mas no auditório :D eheh

Quanto ao filme em si gostei imenso, dos melhores que já vimos este ano, contrariando assim a maior parte dos filmes Western's que já vi (nenhum de John Ford que me recorde). Talvez por terem sido feitos muitos na época acaba por haver muitos filmes Western's mas poucos filmes Western's bons, ou isso, ou vejo sempre os errados :P

Beijinhos Zeca

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Rebel Rebels

Hello! Fiquei a pensar no que o professor nos perguntou hoje: "será que devemos "entrar dentro" do sistema, para nos revoltarmos contra ele mesmo correndo o risco de ser engolidos; ou pelo contrário devemos manter-nos à margem do mesmo, correndo o risco de sermos infensivos?"
Bem, acho que definitivamente a primeira hipotese é a melhor. Na minha opinião, não há melhor maneira de originar uma "revolta" ou uma mera mudança do que demonstrar que alguma coisa está errada do que mostrar a sua ineficácia ou absurdez, especialmente no que toca "sistemas". É verdade que fiquei bastante entusiasmada quando descobri as greves de zelo!
Por exemplo, acho mais útil uma pessoa estudar para poder vir a dizer algumas verdades na assembleia, do que tornar-se um punk, fugir de casa, abdicar de todas as tecnologias, e juntar-se com outros semelhantes tentando mostrar ao mundo o seu modo de viver fora do padrão.. É claro que, para além de este ser um exemplo infantil, estou a falar de um caso individual, mas acho que o mesmo se aplica ao colectivo.


Agora sim (sorry feijó), explorando um pouco mais, parece-me que quando pertencemos à facção da revolta tentamos de uma maneira ou outra mostrar o nosso ponto de vista contra: sendo a partir de dentro ou fora o nosso objectivo é sempre alertar os outros para o que nos parece errado. No entanto, quando o fazemos a partir do interior, dentro do sistema envolvemos as pessoas que a ele e a nós estão ligadas. Enquanto que quando actuamos do lado de fora, à margem tentamos chamar a atenção para a nossa alternativa na esperança de que se convençam com ela.
Ora, imaginemos que estamos a lutar contra um comodismo-facilitismo instalado. Não restam dúvidas que o primeiro método seria muito mais eficaz!
Mas a questão de ser engolido pelo sistema continua a manter-se..

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

votaçao encerrada?

Desculpem lá fazer um post com isto mas porque é que a votaçao do melhor filme está encerrada? :'( eu ainda nao votei por exemplo...


maria

terça-feira, 17 de novembro de 2009

O grande tsunami (primeiro post)

No decorrer das ultimas três semanas vimos do meu entender vimos dois excelentes filmes. O primeiro que gerou muita controvérsia, o Sweet Movie e o segundo foi Die wessel (A onda). Em relação ao primeiro filme apenas posso dizer que após um segundo visionamento do mesmo e uma grande discussão com a minha mãe (sim com a minha mãe) apercebi-me que muitas das mensagens que o realizador nos queria transmitir eram relacionadas com a altura. Aliás muitas das cenas que nos pareceram absurdas no filme, na altura eram perfeitamente normais e e tinham um significado muito importante. É preciso também frisar que nesta altura a maior parte dos realizadores não produzia os seus filmes nos seus países porque era proibido.
Em relação A onda eu só tenho a dizer que de longe é o melhor filme que vimos nas nossas aulas e que no meu caso me marcou imenso. O filme em si tem uma boa temática e monstra-nos que na nossa sociedade ainda é possível que aconteçam coisas destas a torto e a direito.A cena final do filme, quando está tudo sentado no anfiteatro é brilhante. Quando o professor pede aos alunos o que se deve fazer ao "traidor" e estes quase que dizem para o matarem é de facto o que mostra como as pessoas ficam cegas e não conseguem ver e ouvir nada se não as ordens do líder. E isso é o que leva ao rapaz a suicidar-se visto que a o programa acaba e ele fica sem um propósito de vida. Quando o filme acabou e começámos a debate-lo fiquei chocado quando me disseram que o fascismo é bom. O fascismo nunca foi bom e nunca será, os supostos líderes que são muito bons e lutam pelas liberdades do povo, acabam por ficar sempre com "sede" de mais poder e controlo.

Já que a maior parte das pessoas agora gostam de ver filmes que não são de hollywood proponho que vejam 3 filmes 2 franceses e um japonês:
- A residência espanhola( L'auberge espagnole) realizador:Cédric Klapisch
-As Bonecas Russas( les poupées russes) continuação da residência espanhola também do mesmo realizador
- O túmulo dos pirilampos: um filme de animação japonesa sobre um rapaz e a sua irma pequena no final da segunda guerra mundial quando os americanos bombardeiam o Japão realizador:Isao Takahata

Lúcio

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Comunismo, eleições para a associação de estudantes, etc.

Queria fazer dois reparos:

1- Eu sei que o pessoal anda entusiasmado com as eleições para a Associação de Estudantes, o que, aliás, é absolutamente legítimo, mas gostava que afastassem essas eleições do nosso blog, designadamente com apelos a participação nos debates, que são convites velados a votar numa determinada lista. Tenho alunos nas duas listas e estou completamente afastado, como calculam, das vossas disputas eleitorais.

2- Gostava que mantivessem o debate sobre ideologias com o nível elevado que teve nas duas últimas aulas. O post do Garrett baixa drasticamente o nível da discussão. Não é dele, tem um sentido de humor rasca e datado e não questiona nada de nada sobre a ideologia comunista. Queria recordar-vos que a nossa discussão não se centra em questões políticas concretas, do partido A ou B, do governo A ou B, mas do grande corpo de ideias que determina o rumo do pensamento político da actualidade. Para os que são do 12º C, devem lembrar-se que existem diversas dimensões na política (falámos sobre isso há dois anos): a que nos interessa enquanto estudantes de Filosofia, prende-se com o debate sobre as grandes opções de fundo de cariz político.

Jorge

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Muito humor e pouca conversa

Bem Garrett é pena não teres dito afinal o que defendias, sinceramente é um pouco difícil de entender. Não quero de forma alguma defender o comunismo, apenas tenho atenção á forma como digo as coisas, e ter a certeza de que todo o que digo está 100% correcto.
Penso que para além de criticares o comunismo tens de respeitar quem é a favor do mesmo, conseguias fazer muito melhor que isso. Principalmente tem atenção ás ofensas, as coisas podem se ditas mas subtilmente, teria muito mais valor e não poderia ser criticado. Outra coisa, com tanta critica deu-me a ideia de estar algo vago, ou seja, houve criticas muito forçadas, criticar só porque sim.
‘A não ser que essas pessoas sofram de estupidez crónica, que é como quem diz pertençam ao PCP.’; ’Os dinossauros do PCP, apesar de serem estúpidos não são burros.’ Era completamente desnecessário, só mostra uma grande pobreza de discurso. Se soubesses argumentar bem não terias de ofender.
Nem todos os jovens apenas querem saber de drogas, álcool, rock e gajas boas. Há quem se interesse por política, por ideologias. É verdade que o avante tem mais droga e álcool do que propriamente política. Mas tu estás a criticar isso, mas depois contradizes-te dizendo que aqueles discursos eram desnecessários, que se é festas que se deixem de lado os discursos. Porque não dizes ao contrário? Enfim.
Sou sincera, perco-me no teu discurso, parece-me demasiado ‘humorístico’.

P.S: Segundo me consta, há muito tempo que o Carlos Carvalhas não discursa no Avante ;)

No fundo o teu comentário baseia-se em chamar alcoólicos, drogados, estúpidos e afins, aos apoiantes do PCP, certo?

Deixa lá as gajas boas e o álcool e foca-te mais na política ;)

Sobre o Comunismo

Texto humoristico sobre o comunismo (que melhor o descreve):

"O comunismo nunca funcionou por uma simples razão: é muito roto. Segundo esta filosofia o ser humano médio é uma pessoa altamente, cheia de valores e tal, e que nunca vai tentar prejudicar os outros pra meter ao bolso.
Se Marx tivesse sido meu contemporâneo tinha levado tamanha sova que se tornava logo fascista e veria a realidade: as pessoas, em geral, são uns cóinas.

Posto isto, e após quase 90 anos de existência prática de comunismo, com alguns genocídios e massacres pelo meio (derivados da frustração de certos líderes comunistas que não conseguiram fazer os seus súbditos perceber a ideia de que toda a gente é igual. Se não és igual, morres.), parece que finalmente as pessoas se começam a aperceber que é um conceito do jurássico e que nunca vai funcionar.
A não ser que essas pessoas sofram de estupidez crónica, que é como quem diz pertençam ao PCP.

Os dinossauros do PCP, apesar de serem estúpidos não são burros. Cedo perceberam que a juventude não quer saber de ideais ou de revoluções banhadas a sangue e glória. O jovem quer é sexo, drogas e rock and roll, ou a versão portuguesa desta máxima: putas, tinto e Quim Barreiros.
Diz-se que nalgum comício do PCP perdido nas páginas da história, um iluminado comuna chegou a esta conclusão e inventou a festa do Avante!.
O habitual chico esperto diria: "Oh Mete Nojo, tens aí um erro na frase. Tens um ponto de exclamação seguido de um ponto final". Não, meu estreptococo fecal, a festa chama-se mesmo assim, com um ponto de exclamação no fim.
O PCP pôs o ponto de exclamação para passar a ideia de emoção, dramatismo e ímpeto revolucionário... Que falhados. A única revolução que se passa no Avante é aquela que 30% dos manfios que lá vão têm no estômago depois de fumarem um canhão, beber meio garrafão de tinto e ouvirem o Carlos Carvalhas a discursar.

Discursar? Sim, leste bem jovem ignorante. No Avante! há quase tanto discurso político como ganza, e conhecendo os discursos do habitual militante do PCP, não me consigo decidir qual dos dois dá mais pedrada.

"Mas se é uma festa, porque tem de haver discursos políticos para estragar tudo?" é a pergunta que surge na cabeça de qualquer pessoa que saiba apertar os sapatos.
Não conhecendo nenhum membro do PCP, apenas posso especular, mas suspeito que existam pelo menos duas razões:

1.- O militante do PCP precisa de ouvir as balelas políticas obsoletas que sempre ouviu, pelo menos de 2 em 2 horas. Caso contrário sofre um choque anafilático e o partido passa a ter só 23 membros. A velha piada da cassete comunista tem o seu fundo de verdade, pois o verdadeiro comunista tem sempre consigo um walkman com os discursos de Lenine acerca do poder do proletariado e da igualdade entre camaradas, que ouve todo o par de horas, tal e qual um diabético toma a sua dose insulina.

2.- O militante do PCP é mais proselitista que uma testemunha de Jeová, e é incapaz de deixar as pessoas divertirem-se em paz sem tentar enfiar máximas comunas pelos ouvidos do jovem drogadito. As chefias do PCP esperam que o elevado nível de THC e álcool no sangue dos participantes do Avante! os leve a pensar que o que estão a ouvir é a filosofia que lhes vai dar significado às suas vidas vazias. Infelizmente para os PCs, o efeito só dura 3 horas e depois os jovens voltam à sua apatia política habitual.

Resumindo e concluíndo, o Avante! não merece o esforço. Se queres um encontro de gajos mal vestidos que valha a pena vai antes ao encontro motard em Faro. Ninguém te tenta espetar ideologias políticas no cérebro e ao menos as gajas que sobem ao palco são boas. No Avante! é a Odete Santos."

:)

Have fun,

Garrett

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Debate de 11/11

Reitero o apelo do Pedro - participem no debate de hoje à tarde! Não se limitem a ficar parados, à espera que tudo se resolva por obra e graça... de alguém ou Alguém. Porque é graças a raciocínios desse tipo que Portugal está como está... e já há uns séculos.


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Debate entre Listas candidatas à AE

Na esperança de alguém ainda aqui venha ver este blog à hora de almoço (not likely), venho fazer um último apelo a que se juntem a nós e venham ao debate entre listas candidatas à AE que vai acontecer:

HOJE ÀS 17H00 NO AUDITÓRIO

Também queria pedir ao Rodrigo que depois pusesse aqui o cartaz ;)

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Proposta

A meu ver as discussões relativas à política não estão a correr muito bem.

As intervenções são bem mais reduzidas, nota-se que o pessoal não está tão à vontade com o tema e que os filmes exigem uma maior capacidade de abstração, de conhecimentos políticos e principalmente vivências políticas. (tal como o stor disse, para a geração dele este último filme talvez fará mais sentido, pois viveram em regime fascista e numa época onde o comunismo tinha outra dimensão, onde este era a grande utopia)

Com isto não proponho que desistamos já, nem que alteremos forçadamente o tema dos filmes devido a isto, penso sim que devemos fazer uma pequena pesquisa em casa para estarmos mais alucidados com o tema, que escolhamos filmes mais acessíveis ou que façamos/o stor faça, uma breve apresentação/explicação sobre o filme. (como o caso do queiroz quanto ao sweet movie, ajudou bastante e fez-me perceber relativamente bem o filme e o porquê de todas aquelas cenas, mostrou o significado e bla bla)

Com isto tudo, proponho que se faça uma breve apresentação das ideologias políticas.
O pessoal vai à net, à wikipédia, pergunta aos papás, vai onde quiser informar-se um pouco sobre política e tentar perceber na sua opinião qual a ideal (ou menos má) e com qual se adapta. E assim fazer uma breve apresentação da sua ideologia, o que defende e bla bla, e depois das várias apresentações poderia surgir um debate. Preferencialmente poderia ser o pessoal que já tem as "suas ideologias" a apresentá-las, ou até apresentar outras que se oponham mas que conheçam bem (sendo imparciais na apresentação)
Para o debate que daí provinha, até podiamos fazer como no debate da pena de morte, "arranjar personagens". Dividiriamos a turma pelas várias ideologias, as que têm menos defensores ou apoiantes seriam apoiadas e defendidas por pessoas que na realidade não as apoiam (caso dos meninos dos U.S.A. anti pena de morte que a defenderam com unhas e dentes) de forma a termos um debate equilibrado com sensivelmente o mesmo número de representantes em cada ideologia.

Que me dizem malta? Que me diz o prof? Penso que seria bom para o pessoal começar a pescar mais de política. Contudo não gostaria de colocar nenhuma aula sem filme, pois as aulas são poucas e filmes é o que não nos falta.

Beijinhos do Zeca "O Pastor"

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Todos os filmes que digam sweet são assim! não acreditem nos rótulos! hehe)

Estou baralhada. Começo a concordar com várias coisas opostas. Sei que, por ter passado algum tempo, estou a suazivar as coisas um pouco na minha cabeça, mas sei o que senti e pensei durante o filme. O filme corria e eu só pensava "GRATUITO", tal que foi a primeira coisa que disse.
However, admito muito, que nao percebo muito, ou quase nada de política. Portanto expliquem-me! Peço-vos o favor (Queirós, Rodrigo e Feijó) de pesquisarem, pensarem, e de me dizerem. Façam um apresentação oral, antes mesmo do debate (ou vá, durante), e tentem não se perder muito - com interpretações de pequenos pormenores; - foquem-se na generalidade, expliquem-me o que entendem nas coisas mais proeminentes e importantes. Expliquem-me o objectivo. Posteriormente chegaremos às suposições mais forçadas. Eu vou ouvir e depois pensar.
Agora: O filme era excessivo. (ponto) agora se esse desconforto era necessário..?, debateremos!, mas ninguém pode negar o excesso. (btw, deve ser para maiores de 18 ~- e havia pessoas com 16 na aula! :O, xD) Sugeri, (porque tenho a tendencia de arranjar sempre soluçoes muito diplomáticas para agradar a gregos e troianos), que as cenas se mantivessem, para causar o tal sentimento considerado indespensavel, mas com menos tempo. Talvez assim passasse a idéia de exagero sem ser simplesmente "too much" - Obviamente que estou a falar com o realizador, xD.
Sem querer repetir o stor, acho que realmente o filme já serviu para debater alguma coisa. Os limites do cinema. Existem? Quais, o que é correcto para transmitir uma mensagem?

É tudo até compreender. Primeiro estranha-se, depois entranha-se. Será?? Humm...

mary

domingo, 8 de novembro de 2009

Palombella Rossa



Aqui vai um excerto do filme de Nanni Moretti que vamos ver na próxima 3ª feira.

Jorge

sábado, 7 de novembro de 2009

Sweet Movie e Strip-Tease

Penso que foi Roland Barthes, o teórico francês dos anos 60/70, que disse que a leitura de um texto era uma espécie de strip-tease das palavras em que casa um imaginava o que queria. Isto aplica-se a todas as obras de arte, incluindo o cinema.

Este debate é excelente porque nos permite constatar de forma prática, uma coisa de que temos a certeza teórica: as virtualidades e limitações da crítica de cinema. Apaixonamo-nos ou odiamos com a mesma intensidade um objecto artístico e muitas vezes sentimo-nos tristes, por alguém de quem muito gostamos ter uma opinião oposta. Mas esta é a natureza da crítica como uma apropriação subjectiva fundamentada do objecto.

Não quero tomar partido na polémica sobre o filme. A discussão é inesgotável, uma vez que podem ser sempre alinhados argumentos a favor ou contra relativamente ás teses em confronto. Pensem que a fronteira entre a metáfora profunda e a provocação gratuita é tão ténue que, às vezes cabe apenas nos nossos desejos. A linha que separa a desconstrução genial da ausência de ideias é muitas vezes indescernível. Assim como a fronteira entre o arrojo e o kitsch. Entre a reflexão profícua e a banalidade que apenas quis chocar. Já sabem qual é a minha posição sobre o filme, expressei-a na aula, não voltarei ao assunto.

Mais importante do que entrar na «guerra» sobre a qualidade do filme era referir dois ou três aspectos relevantes com ele relacionados. O primeiro prende-se com a natureza da crítica e já foi acima abordado; o segundo relaciona-se com as questões políticas aparentemente alvo da leitura do filme e que merecem uma nova reflexão (designadamente a questão do comunismo a que voltaremos no próximo filme); finalmente a contextualização deste filme nos anos 60: eram vulgares os filmes chocantes de natureza escatológica escabrosa ou temática desconstrutivista: lembro-me dos filmes do cineasta espanhol, Fernando Arrabal que eram praticamente manchas de cor, os estruturalistas franceses com argumentos herméticos e diálogos incompreensíveis (Alain Robbe-Grillet), os filmes surrealistas de Buñuel (espero mostrar-vos lá mais para diante A Via Láctea, sobre a história do cristianismo) e os filmes chocantes de cineastas italianos como Pier Paolo Pasolini e Marco Ferreri. Há movimentos semelhantes nas outras formas de arte e também na filosofia, com resultados diversos.

Queria, em conclusão, felicitar o João Queirós. Conseguiste, com o filme que escolheste, criar uma bela discussão!

Jorge

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Sweet? Não vi

Ola! Desculpem só postar agora mas não tenho tido muito tempo, e apenas tinha lido os posts dos outros. Quanto ao filme devo dizer que considero-o o pior filme da minha vida. Por várias razões. Primeiro acho o filme um "nojo" excessivo, pois a Laranja também tinha cenas destas mas aguentava-se bem. Segundo acho que o filme é demasiado profundo, ou seja, o seu sentido é demasiado dificil de perceber (não estou a dizer que o realizador não o possa fazer, ele faz o que quiser), e por isso não devemos ir buscar ideias muito forçadas do filme da primeira vez que o vimos, este é daqueles que é preciso ver muitas vezes.

Acho também que este filme não retrata muito bem a extrema direita e extrema direita, visto que uma pessoa que veja este filme e não saiba nada de política vai entender que no comunismo o que as pessoas faziam eram aquelas cenas todas nojentas, o que apesar de ser verdade, pois eles faziam mesmo isso, não é esse a verdadeira e mais importante face da extrema direita ou esquerda. Por isso, acho que existem melhores maneiras de mostrar estas políticas que façam as pessoas entender.

Contudo e apesar de não ter gostado do filme, acho que o senhor realizador tem todo o direito de fazer este filme, da maneira como quiser, sobre o que quiser e com o sentido que quiser. Agora nem toda a gente precisa de gostar dele. E como já disse, temos de ver este filme mais vezes e com mais atenção para percebe-lo. Já agora, desculpem lá, mas Feijó, Queirós e Rodrigo, acho que as vossas explicações e teorias estavam a ser um bocado rebuscadas.

Gonçalo
Abraços e Beijinhos

PS: Mas concordo que nós continuemos a trazer filmes, e até acho que o Queirós fez bem em trazer este filme.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Oh Sweetie.. nobody understands you..

Em grande parte o Rodrigo Dias disse o que eu ia dizer, por melhores palavras ainda.

Considero Sweet Movie um filme brilhante, provavelmente um dos meus filmes preferidos (e digo provavelmente porque ainda o vou ver umas quantas vezes).
Para os que conseguirem ultrapassar a barreira da obscenidade “excessiva”, trata-se de um filme cheio de conteúdo. Um filme em que o significado das metáforas presentes não te é dado coberto de facilitismos, exactamente porque o significado de cada elemento só vale no conjunto de todos e porque é necessária alguma (bastante) cultura política para a compreensão das ideias transversais às cenas.

Hei-de vir cá fazer uma análise mais profunda de alguns elementos do filme, mas por enquanto deixo apenas a minha resposta às criticas que foram apresentadas.

Penso que a principal pode ser apresentada assim:
O Sweet Movie não tem qualquer tipo de significado, trata-se apenas de uma sucessão aleatória de acções nojentas numa tentativa de chocar o público para que o realizador se possa afirmar diferente. É uma “pseudo-obra prima”.
Esta leitura parece-me simplista e até arrogante. Não é por alguém não ter percebido o filme que pode dizer que este não tem sentido, simplesmente não o compreendeu!
Acabei de ver o Eraserhead do Lynch. Céus!, não percebi nada! Mas não direi que é vazio de significado, direi apenas que não tenho as bases de matemática suficientes para ler o livro de que o Zé falava.

Quantos não terão dito que o Mulholand Drive é vazio a uma primeira leitura? Quantos não serão os habituados às estruturas Hollywoodescas que negarão a possibilidade de ver beleza na maioria dos filmes que vimos, só porque não estão habituados a concepções diferentes?


A obscenidade é dispensável.
Oh meus amigos e minhas amigas, se isto fosse verdade eu nem estaria aqui a contra-argumentar (ora pensem lá nessa xD).
Não se consegue transmitir a verdadeira essência de um trauma a partir de uma descrição ou de um “diálogo interessante que nos leve um pouco mais além do conhecimento que já possuímos”. E a importância da transmissão destes traumas é enorme! De que outra forma poderíamos perceber a essência daqueles nascimentos? Daqueles estádios sexuais? Daquele ambiente freudiano que é a recusa do que adquirimos por coacção do sistema?

Como disse, virei cá posteriormente escrever mais sobre isto (até porque ainda vou ver o filme outra vez antes), mas por enquanto fica isto e as minhas felicitações ao Queirós por esta escolha! Foi arriscada mas muito boa!


Agora, se me permitem, vou chorar um pouco mais com Marx, antes de ir ter sonhos de açúcar ;)

Beijaços e Abrinhos

Bittersweet Movie

Depois de ter visto hoje o Sweet Movie, de Dušan Makavejev, devo admitir que fui uma das que saiu da sala com uma sensação de repugnância incrível, pareceu-me até incrível que houvesse quem tivesse gostado. No entanto depois do debate percebi melhor o que levou a que a turma se dividisse, e enquanto metade odiou o filme, a outra adorou-o. Não quer isto dizer que tenha passado a gostar, só significa que precisei de o “digerir” melhor.

Provavelmente é preciso ter um grande conhecimento sobre política, que eu não tenho, para perceber todos os simbolismos de que falaram, ou então encontrá-los é só rebuscado, e é, como disse a Matilde, “tentar desesperadamente descobrir simbologias onde elas não existem ou tentar decifrar umas simbologias baratas e através destes dois métodos chega-se à conclusão de que é de culto”.

Mas se o objectivo do filme é passar uma mensagem política, porquê recorrer a métodos tão excessivos? Não digo que o realizador não o possa fazer, claro que pode, mas a sua liberdade criativa não implica que eu tenha forçosamente de gostar do filme e põe-se aqui uma questão de gosto pessoal, como disse o Prof. Neste sentido concordo com o Rodrigo, porque o que imperou foi o nojo, ou o choque, e não a reflexão: de facto, depois da exposição dos argumentos, percebi o “nexo” a que te referes. Mas foi difícil. Ninguém está a pedir facilitismos, mas se o objectivo é haver um debate sobre política, este não é de forma alguma o filme mais indicado para o fazer.

Disse que fiquei mesmo mal disposta durante a cena da refeição dos anarquistas, se assim lhes quisermos chamar, mas não interpretem isso como “foi a cena que mais me chocou”. Não foi. Porque o filme é progressivamente chocante, e depois de ver dezenas de cadáveres a serem examinados, as fotografias e carteiras que estavam nos seus bolsos, haver uma cena tão nojenta como essa só aumentou o meu desconforto.

Marta

PS: Não acho que se deva acabar com a sugestão de filmes por parte dos alunos, e até é bom que haja conflito de opiniões.

Sweet baby jesus, Dusan's going to Hell

A primeira coisa que gostava de dizer é que fiquei com pena de depois do filme ter acabado, o debate ter-se girado à volta do nojo e o choque que o filme causou e não sobre o filme em si. Obviamente que ninguém é obrigado a gostar, atribuir algum valor ou até mesmo perceber o filme, mas faz todo o sentido tentar desvendar o simbolismo inerente a esta obra.

Num filme tão simbólico, meticuloso, rebuscado e complexo como este, todos os pormenores contam, e é de esperar que haja algo menos subtil que corrobore as possíveis interpretações que os espectadores façam.
Olhamos para os diálogos, pouco nos dizem. Ajudam-nos a contextualizar a história e a manter a coerência mas não é aí que jazem os pormenores. Observamos e escrutinizamos as imagens mas nada nos garantem de concreto; é lá que está tudo aquilo que precisamos para compreender o filme mas ainda assim nada nos garante ou corrobora as teses. Onde podemos, então, procurar ajudas?
Fui pesquisar à Internet informações adicionais sobre pormenores técnicos do filme e dados biográficos do realizador e encontrei coisas bastante curiosas:

-A primeira, sobre o próprio realizador, diz respeito à sua formação académica. Dusan Makavajev estudou psicologia na universidade de Belgrado e é-lhe atribuído o título de "professor" nesta cadeira. Daí podemos retirar que as ilacções feitas pelo Pedro Feijó em relação aos estados freudianos da juventude não são de todo descabidas ou forçadas. Antes pelo contrário, o passado do realizador apoia veementemente as sugestões do Pedro, principalmente porque Makajev dedicou-se afincadamente à investigação na área da psicanálise e psicoterapia sexual.

- A segunda, diz respeito à ficha técnica do filme; mais precisamente à banda sonora (porque é que ninguém se lembrou de procurar aqui?!). Aparentemente, o tema "Is there life on the earth?", que nos segue durante várias partes do filme, foi escrito pelo próprio realizador. Ora, num filme deste tipo, onde tudo é importante para a compreensão do filme, como é que nos é possível escapar este pormenor, ainda por cima tendo sido escrito pelo realizador?! Reza assim:

-"Is there life on the earth? Is there life after birth?
Is there life on the earth, is there life after birth?

It's a joy to be alive, it's good to be glad,
It's good to survive, it's great to be mad.
It's fun to have nothing, do things in the nude
Oh it's sweet to be hungry, it's finger-licking good.

Is there life on the earth, is there life after birth?
Is there life on the earth, is there life after birth?

It's a joy to be crazy, it's good to be sad.
It's good to be lazy, great to be bad.
It's good to be lucky, good to practice deadly sins
To die for a cause, to be alive and to win!

Is there life on the earth? Is there life after birth?"

A partir destas palavras podemos retirar muitas coisas sobre o filme e sobre o ponto de vista do próprio realizador. O refrão claramente corrobora a ideia do renascimento, da mística envolta na quebra do ovo e na "adopção" feita pelo grupo anarca de Otto Muehl. Os quatro versos seguintes exprimem a admiração que Makavajev tinha por este tipo de comunidades, "it's a joy to be alive, (...) do things in the nude (...) it's finger-licking good. Passando agora à quadra seguinte, podemos ver o entusiasmo com que Dusan Makavajev vê o comunismo e o estilo de vida do marinheiro Potemkin e de Anna Planneta. Apesar de aparentar repreender este modo de vida o realizador aplaude esta conduta " It's good to practice deadly sins, to die for a cause, to be a alive and to win!" Por outro lado, podemos sempre interpretar esta canção como irónica ou simplesmente descritiva daquilo que os personagens sentem no decorrer do filme. Não deixa, no entanto, de ser um bom guia.


Em relação ao título, Sweet Movie, não podia ter sido melhor escolhido. Um paradoxo total. Sweet Movie, um filme sobre adoçantes, utopias, golpes publicitários e manipulção mental não podia ser mais Sugar-free.

Concluindo:
Um turbilhão de dúvidas, uma tempestade de emoções, uma parafernália (ahah Rodrigo) de simbolos e uma ambíguidade de interpretações. That's Cinema for you all

Sweet-zerland

Eu pertenço à (pelo menos, aparente) minoria que adorou o Sweet Movie, de Dušan Makavejev. Conforme disse na aula, acho este filme um excelente "pano de fundo" para a discussão de questões relacionadas com ideologia política - enquanto a nossa amiga Miss Canada experimenta na pele os malefícios (hiperbolizados) da extrema direita e, posteriormente, as extravagâncias (surpreendentemente reais) da extrema esquerda, o barco da comunista/comedora de crianças nas horas vagas Anna Planeta, com a cara de Karl Marx à proa, avança pelo rio fora. Não são precisas grandes capacidades de interpretação para perceber que é esta a premissa básica do filme - ou, melhor dizendo, esta frase resume a história toda.

Porque Sweet Movie vive sobretudo das imagens, vive de símbolos. Tirando alguns momentos iniciais de diálogos e crítica mais subtis, somos bombardeados com uma hora e meia de simbologia diversa que, a mim, raramente me enojou, antes chocou - mas aqui assumo: não me enojo com facilidade. Pelo menos não com ficção - as únicas cenas verdadeiramente nojentas foram aqueles trechos reais.

Se abandonarmos por breves momentos os nossos eventuais preconceitos contra obras desta índole, se não deixarmos que eventuais sentimentos de nojo ou repulsa nos afastem do filme, conseguimos retirar dele muita coisa - afinal, quantas interpretações diferentes houve para as cenas do açúcar?... E quem fala das cenas do açúcar, fala do renascimento da Miss Canada, ou da cena final, em que as crianças aparentemente mortas renascem a partir daqueles "casulos" de plástico.

O problema, a meu ver, foi o insucesso do segundo objectivo - o nojo foi mais forte e toldou qualquer interpretação. E atenção, eu não estou a criticar as pessoas que não gostaram do filme, de forma alguma. Apenas constato um facto: houve pessoas tão chocadas com o filme, tão enojadas com aqueles pénis dourados e aqueles banhos de chocolate, que nem perceberam bem o nexo de tudo aquilo. Mas "aquilo" até tem um "nexo".

Quanto às críticas da Matilde, eu acho que houve bom senso na decisão de levar o Sweet Movie à aula - simplesmente o João Queirós tem uma sensibilidade que, aparentemente, não coincide com a da maioria da turma. (É insensível, não digam a ninguém.)

Faz parte de uma disciplina como esta haver filmes que não nos agradem minimamente (olá, senhor Fassbinder!), filmes que nos choquem (olá, senhor Kubrick!) e filmes que nos agradem imenso (olá outra vez, senhor Kubrick! E boa noite, senhor Makavejev!). O Queirós arriscou, provavelmente pensava que este "doce" apenas nos ia chocar, mas agradar - como no caso do Laranja Mecânica. Afinal de contas, enojou grande parte da turma... mas como diria o nosso amigo Frank Sinatra - that's life. Não acho que justifique o cessar de qualquer sugestão de visionamento de filmes...

not so sweet

Ao longo da tarde tenho pensado mais sobre o filme que vimos hoje e também sobre o que foi dito sobre ele.

Primeiro, quanto à questão do que é mais educativo, que levantei na aula e que outros desvalorizaram totalmente. Obviamente que um realizador tem todo o direito (e por favor não dizer mais vezes que ele tem o direito) de fazer filmes não educativos. Por outro lado filosofia e cinema é uma disciplina, do curriculo escolar, onde vemos filmes para depois os discutirmos. Serve para aprendermos, a argumentar e a pensar claro, mas também teorias, factos, dados.
Parece-me então óbvio que é de toda a conveniência vermos filmes que nos ensinem coisas! Filmes que nos dêem bases para podermos discutir, filmes onde haja diálogos interessantes que nos levem um pouco mais além do conhecimento que já possuímos.
Portanto, mesmo que algumas pessoas (eu incluida) gostem de filmes que são devaneios e loucuras, são incomparavelmente preferiveis filmes consistentes, didáticos.
"Pessoalmenté", vi este filme como uma grande loucura do realizador, e confesso que não me ensinou nada. Talvez conseguisse descobrir algum conteúdo se agora fosse navegar para a wikipédia.

Segundo, acho que quem dá sugestões de filmes para serem passados na aula deve usar o que se passou hoje como um exemplo a não seguir. O sweet movie, ninguém o pode negar, é um filme com algumas, muitas, cenas impressionantes (se bem que a maioria são apenas "fisicamente" chocantes, o que a mim pelo menos me passa um bocado ao lado) e seria bastante provável que muita gente (tal como veio a acontecer) saísse da sala a meio. O que também não é o objectivo da disciplina.
Assim, acho que um bocado de bom senso e sensibilidade é muito recomendado para o futuro.

Terceiro, acho que devíamos pressionar o professor para ser ele a fazer parte da selecção dos filmes, por muito boa vontade que nós tenhamos corríamos menos riscos se assim fosse. (é verdade que não vi o fassbinder xD)

Quarto, aqui vai o que penso sobre o filme detalhadamente:
Acho que este filme não é chocante pelo simples motivo que é uma tentativa falhada de "filme chocante", tem cenas gratuitas, desnecessárias e muitas vezes vazias. Parece-me uma daquelas "pseudo-obras primas" que normalmente geram a "mais hórrivel e irritante situação que quase me faz arrancar os cabelos": tentar desesperadamente descobrir simbologias onde elas não existem ou tentar decifrar umas simbologias baratas e através destes dois métodos chega-se à conclusão de que é de culto.
Parece-me de neste filme o Dusan Makavejev quis mesmo foi desafiar a critica, quebrar as regras, e afirmar-se como radicalmente diferente do comum realizador. Tarefa que executou com sucesso! Sobra o vazio..

Nota: quando falo em simbologia barata quero dizer simbologias que são incutidas sem nexo no desenrolar natural da acção. Ou seja, por exemplo a questão dos olhos, não é verosimil nem plausivel, não é natural na realidade. Mas Claro que têm um significado!

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

mozzila fireFOX

Começo desde já por pedir desculpa por não postar há imenso tempo, mas tenho tido uns problemas com a Internet e tem sido difícil aceder.
Bem, quanto ao filme, gostei do facto da homossexualidade ter passado para segundo plano, não sendo minimamente relevante na temática do filme, e dada a época da realização do mesmo, julgo ser uma produção revolucionaria nesse campo, porque todos sabemos (ia dizer lembramos, mas ainda nem éramos projectos de vida, tsam tsam...) que naquela época a homossexualidade era encarada de uma maneira bastante diferente de como é agora, aliás, a sida vinha sempre associada à ideia da homossexualidade, como no caso do Freddie Mercury e do António Variações. Temos também um rabilas de todo o tamanho daquela altura (desculpem a expressão, mas há limites!), o vocalista dos Culture Club, Boy George, que era bastante criticado pelas pessoas na década de 80 pela sua extravagância e homossexualidade. E o facto da homossexualidade naquela altura ser abordada num filme, ainda para mais em segundo plano, não sendo de todo um contributo para a qualidade (ou falta dela) do filme, merece o seu mérito.

Quanto ao filme em si, não achei grande espingarda, desde o inicio que o desenrolar do mesmo era previsível e acabou por não haver aquela curiosidade de saber o final. Gostei bastante da intervenção da Maria na aula (vá Maria, agora não podes dizer que não gosto de ti) e concordo plenamente com ela, acho que o facto do Fox ter esbanjado o dinheiro da maneira como esbanjou não se deve à ambição de ascender a nível social, fê-lo porque amava alguém (neste caso o homem do mustache que não me lembro do nome) e fazia de tudo para o agradar, assim como nós fazemos de tudo para agradar as pessoas de quem gostamos. Acho que não está aqui em causa o Fox querer propriamente ascender a nível social, talvez o tentasse para agradar ao "homem do mustache" o que acho perfeitamente legitimo. Contudo podemos ver a arrogância e interesse que existia naquele meio, quando o Fox esta em casa do (mais uma vez) "homem do mustache" e chega la o outro e pergunta lhe se andava a dormir com o "mal cheiroso" ao qual ele responde que havia ganho 500.000 marcos, levando-o a mudar de opinião, simplesmente pelo dinheiro.

Não foi um filme que tivesse gostado muito, mas ao longo deste ano vão haver filmes que gostamos mais e outros menos.
Quanto à entrada e saída das aulas para fumar um cigarro, vou ter mais cuidado com isso, porque de facto perturba quem quer ver o filme, desculpam-me ou "its too late to apologize"?

Beijinhos, abraços e muitos palhaços

PS- Acho que se o Fox sabe que há um filme em que a personagem principal tem o mesmo "nome" que ele, e que é homossexual se passa, mas é só um post scriptum, atenção xD.


Garrett

Ainda na Laranja

Vejamos: segundo um dicionário de filosofia, a definição de "bem" e de "mal" passa por um imediato aconselhamento de pesquisar a definição de "ética", "ver ética". «O adjectivo ético, na linguagem comum, é aplicado a comportamentos/posturas ("éticos", "pouco éticos", "falhas de ética") das pessoas, numa referência à realidade humana na sua plenitude. O tema nuclear da Ética são os actos do ser humano, enquanto ser possuidor de Razão. Os actos que são livres e, enquanto tais, "correctos" ou "incorrectos", "justos" ou "injustos" -- de um modo mais simples, "bons" ou "maus".

Os termos Ética e Moral são por vezes usados indistintamente, sendo mesmo equivalentes em numerosos textos. A distinção, no entanto, pode fazer-se referindo a moral à prática concreta dos homens enquanto membros de uma dada sociedade, com condicionalismos diversos e específicos -- enquanto a ética é a reflexão sobre essas práticas.»

Heinemann formula a questão central a que esperamos que a Ética responda: "Que devo escolher?" Ou melhor: "Há um valor supremo? Há uma hierarquia de valores? Que forma de vida devo escolher? Que espécie de homem devo ser? O que devo querer? O que devo fazer?"


Segundo Fernando Savater em Ética para um jovem: «(...)ao contrário de outros seres, vivos ou inanimados, nós, seres humanos, podemos inventar e escolher EM PARTE a nossa forma de vida. Podemos optar pelo que nos parece bom, quer dizer, conveniente para nós, frente ao que nos parece mau e inconveniente. E, como podemos inventar e escolher, podemos enganar-nos, que é uma coisa que não costuma acontecer a castores, abelhas e térmitas. Assim, parece prudente estarmos bem atentos ao que fazemos e procurar um certo saber viver que nos permita acertar. Esse saber viver, ou arte de viver, se preferires, é aquilo a que se chama ética.»


Este parágrafo de Savater é excelente para avaliar a consequência do programa a que Alex foi submetido: "[poder] optar pelo o que nos parece bom". Porém, há ainda várias questões a enumerar. Os valores são, ou devem ser, comuns? «Há um valor supremo? Há uma hierarquia de valores?» Em relação ao subjectivismo moral, confesso não ter uma opinião formada. Ao contrário de Kant, não acredito que TODOS os valores possam ser universais, mas será que ALGUM faz parte de todo o universo psicológico e consciente?

Gostei imenso do post do Sérgio, acerca de "Intenção vs Consequências" e um dos comentários feitos pela Matilde elucidou-me bastante. A possível existência de uma hierarquia de valores, de uma «tábua de valores», distinguindo "valores invioláveis", "valores superiores" e "valores inferiores".


Acho que no filme não se trata de subjectivismo moral. Porque, na verdade, os nosso valores morais advêm de uma aprendizagem, uma educação paternal e social.
O Alex fazia parte de uma sociedade e, como tal, adquiriu os "valores invioláveis" desta, os "valores superiores" do seio familiar e, talvez, os "valores inferiores" através das suas aprendizagens (ele próprio). Tendo como base os valores invioláveis, uma vez que os quebra exaustivamente, algo de errado se passa com ele a nível intelectual. Como tal, os seus actos serão julgados por todas as pessoas da MESMA sociedade. É aqui que volta o adjectivo "mau". Para a sociedade, as suas atitudes estão erradas, são injustas, são más. Será então punido por tal. [ Como?

Alex sujeita-se a um tratamento, mesmo não sabendo em que consiste. Quinze dias seduzem-no mais do que catorze anos de prisão. O tratamento consiste, então, em ser exposto a formas extremas de violência, acompanhado pela incapacidade de parar de assistir, porque os seus olhos estão presos por um par de ganchos. Também é drogado antes de ver os filmes, para que associe as ações violentas com a dor que estas lhe provocam.

A discussão deste filme passa essencialmente pela avaliação moral (intenção e consequência) e pela avaliação do programa a que Alex foi submetido.
Sou da opinião do Zé quando digo que este tratamento «é desumano e tira a identidade, a autonomia e o livre arbítrio», segundo os meus valores morais! O ser humano é capaz de "optar pelo que lhe parece bom" e "conveniente". Embora Alex tenha "valores invioláveis" semelhantes aos de toda a sociedade, algo lhe permite tirar prazer de acções baseadas em opostos, sendo, portanto, "o que lhe parece bom", fazer algo incorrecto. Escolha esta, posteriormente, impossível.

O tratamento torna-o incapaz de qualquer acto de violência (nem mesmo em self defense). Como efeito secundário, também não consegue ouvir a 9ª Sinfonia de Beethoven, que era sua peça favorita. Achei particularmente curioso Anthony Burgess, o autor do livro, ter escolhido este compositor. Decidi ver se aparecia alguma coisa no dicionário de filosofia relativo a Ludwig Van Beethoven e deparei-me com: "Compositor alemão, cuja obra (nem clássica, nem romântica) é inclassificável segundo os cânones da estética tradicional, rebelde a toda a interpretação que lhe recuse a autonomia que o compositor reivindicou para si próprio ao longo de toda a sua vida.". Traços estes que reflectem algumas características psicológicas e comportamentais do protagonista, Alex.

A última questão importante a referir está mencionada no post do Sérgio, a avaliação moral. Acho que não é necessário acrescentar mais nada, sou da mesma opinião que ele. Embora ache que, como disse na aula, por exemplo, a nossa legislação conseguiu arranjar uma forma de avaliar a acção e puni-la através dos dois pontos de vista.


P.S.: Perdoem-me as imensas aspas.

Júlia

Avaliações

Mudando de assunto, passo agora às avaliações. Penso que os trabalhos por período são óptimos para a avaliação, não tenho reclamações a esse nível, nem a nenhum da avaliação proposta.
A avaliação tem de ser realmente diferenciada.
Peço que tenham atenção às entradas e às saídas na aula. Acho que todos (ou quase todos) concordamos que o facto da aula ser bastante livre é agradável, mas um pouco de seriedade também não seria demais. É bastante desagradável estar constantemente gente a entrar e a sair, principalmente para as pessoas que estão perto da porta. Alem disso agradeço que não peçam com tanta frequência comida de uma ponta da sala para a outra, não é por mal, mas uma pessoa esta constantemente a parar e a perder certas falas, e estes filmes não são propriamente os filmes de Hollywood que de principio se sabe logo a historia toda, e se perderes cinco minutos não perdes rigorosamente nada. Mas nestes filmes perdes, são filmes que requerem atenção e interesse.
Só mais uma coisa, temos de ter mais atenção a forma como temos os debates, uns falam sem que ninguém os interrompa, mas outros não, outros começam a falar e nem a frase conseguem acabar que já esta tudo a falar em cima deles. Pedia ao professor que tomasse isso em conta.

Beijos
Mariana Sousa

Violencia Vs ingenuidade

Começo por falar do filme. Sou sincera, não me fascinou, era um bom filme sem dúvida, o facto é que não me prendeu, não é daqueles filmes que e deixa a pensar, que me obriga a reflectir, que me deixa inúmeras dúvidas, que, se por um lado defendo uma coisa, por outro defenderei o lado oposto. Não é aquele filme que tem sempre os dois lados do caso, ‘o lado positivo e o lado negativo’. Ou melhor, normalmente em primeira perspectiva tomamos logo uma posição, a mais simples, mas, se pensarmos melhor, há sempre outra perspectiva, uma mais complexa, mais difícil de compreender e aceitar.
Foi o caso da Laranja Mecânica. A primeira ideia foi logo: este gajo é um monstro, sem quaisquer princípios!
O facto é que na segunda parte esse mesmo ‘monstro’ deixou em todos um sentimento de pena, mas pena porque? É ai que está a questão. O tratamento não o deixou uma melhor pessoa, apenas uma pessoa sem possibilidades de praticar o mal, tornando-se um alvo fácil para todos os que tinham o desejo de vingança perante aquele rapaz. Mas todos achamos incorrectas as vinganças sobre o mesmo, certo? Mas ele mereceu, fez bem pior durante toda a sua vida. A forma cruel com que ele violava as mulheres e batia nos homens era desumana, n o entanto tivemos pena dele. Pena daquele rapaz que no inicio nos enjoava. Mas no fundo ele nem boa pessoa ficou, apenas um incapacitado!

É essa a solução para a violência no mundo? NÃO!
Este tratamento só traria mais violência e desumanidade.

Em relação ao último filme, Fassbinder (penso eu), vi-o sobre uma prepositiva diferente. Não havia, como falei anteriormente, esses dois lados, apenas era centrado duas classes sociais opostas, mas ambas retratando a homossexualidade. E esse é a ideia sem dúvida mais interessante, o naturalismo perante a homossexualidade. Ou seja, no filme a homossexualidade é realmente vista numa perspectiva muito simples, sem problemas esse nível, sem quaisquer preconceitos. O que normalmente acontece em filmes que se centra na homossexualidade é que o problema tratado é a discriminação perante os mesmos, as desigualdades entre hetero e homossexuais. Neste filme ser hetero ou não é indiferente, a questão não era essa, mas simplesmente a ingenuidade de uma rapaz que esbanja todo o seu dinheiro por amor, sim, porque, na minha opinião, ele não era ambicioso, apenas tinha o habito de jogar, para poder ganhar algum dinheiro, mais por desporto do que por ganância. O problema é quando ele se apaixona e faz tudo para agradar o seu parceiro, não se apercebendo o quão enganado e manipulado está a ser. Conseguimos perceber logo de inicio o final, o rapaz vai ficar sem nada, é bastante visível que o seu parceiro apenas está com ele por dinheiro, ate porque ele mantinha ainda ‘encontros’ com o seu ex-namorado. Quantas vezes isto não acontece na realidade? Quantas mulheres e homens não estão com o seu parceiro apenas por dinheiro, pela vida social e tantas outras razoes fúteis e frias?!
Enfim, toda a historia se passa á volta destes dois mundos oposto. Por um lado a pobreza e a ingenuidade, por outro a riqueza, a vaidade e o poder manipulador. Não deixa de ser sem dúvida um bom filme, uma visão diferente dos dois mundos.
Não concordo que os actos do rapaz que ganhou a lotaria fossem pouco reais, pelo contrário, pareceram-me bastante óbvios e previsíveis. Um rapaz que cresce na miséria e que, de um momento para o outro, tem nas mãos muito dinheiro, não o saberá gerir, visto que nunca teve de o fazer, nunca soube o que isso era, com a agravante de se apaixonar por um indivíduo de uma classe superior, á qual se tenta inserir, fazendo tudo pelo outro, e não porque quer realmente ser e viver como eles, mas apenas com o seu parceiro.

Beijo
Mariana Sousa

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Critérios de avaliação

Os parametros como foram propostos pelo professor e depois reforçados pelo Queirós, na minha opinião, não correspondem ao intuito inicial das percentagens "moldáveis".
Ou seja, vamos imaginar uma pessoa que é melhor no debate oral e no blog que na componente escrita (realizar trabalhos):

Participação na aula: 18
Participação no blog: 17
Participação em actividades fora da aula: 18
Comentário escrito: 13

Segundo a proposta corrente, o aluno ficaria com: 18x0,25+17x0,25+18*0,10+13x0,4=15,75
Ou seja 16.
Parece-me que se o objectivo era adequar a avaliação a cada aluno então só estamos a beneficiar os que não gostam de participar nos debates que vão ocorrendo o que me parece mais uma vez injusto, porque o debate é parte mais interessante nesta disciplina.

Assim, acho que se todos concordamos em ter percentagens não rigidas então devemos aumentar a amplitude. Por exemplo:

Participação na aula: 20 a 40%
Participação no blog: 20 a 40%
Participação em actividades fora da aula: 10%
Comentário escrito: 20 a 40%

Cada aluno teria então um parametro com 20%, um com 40% e um com 30%, mais os 10% da participação em actividades.

Neste caso, não faria sentido para um aluno que escolhesse 20% (o minimo) para o comentário escrito ter de fazer dois trabalhos como o queirós sugeriu e eu não concordei. O minimo seria 1 e o máximo 3, tal como o professor tinha proposto no início.

Como não vou à próxima aula, digam o que acham por aqui! ;)

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Sugestões

Queria fazer aqui um pequeno à parte sobre dois assuntos: primeiro, e esta dirige-se mais ao senhor professor, é sobre os debates, acho que têm de se melhor moderados e mais respeito por quem está a falar, pois muitas vezes uma pessoa está a dizer o que pensa, outra vêm interromper, gera-se alta confusão e depois passa completamente o que a pessoa inicialmente estava a dizer. Daí a terem de ser melhor moderados e mais organização. Acho também enquanto o filme decorre, não devia haver saidas para fumar, pois perturbam, por isso acho que devia aguentar, e não acredito que não o consigam ( acho que não estão assim tão dependentes).
O outro assunto é uma sugestão de filme que eu tenho e que trata, na minha opinião muito bem o determinismo, chama-se Minority Report, do Steven Spielberg com o Tom Cruise.

Gonçalo

Ps: Gostaria que o stor respondesse, e que os Celtics limpem hoje os Cavaliers.

Resposta ao Queirós

Das tuas críticas, a meu ver, apenas surge uma: o realizador não foi capaz de transmitir a verdadeira paixão que Fox tinha por Eugene. Tudo o que referiste como falhas são consequências disso.
E não sei se esta incapacidade que estou a atribuir ao realizador não é de facto a nossa ignorância em relação a cultura alemã (e à sua dinâmica social), aliada a uma má legendagem que não consegue transmitir diálogos com fidelidade.

Em relação ao teu Post Scriptum discordo parcialmente. Estás certo quando falas na Grande Ilusão: a Guerra é o que os separa e as classes o que os une. No entanto, o próprio sentimento de participação na Guerra é também um factor de união; o medo, a desorientação e a ânsia de voltar para casa são sentimentos partilhados entre os soldados de um lado e do outro.
A Guerra toma duas dimensões: a política, que separa exércitos, e a pessoal, em que a natureza não tem fronteiras ;)

Quando dizes que a classe social tem papéis contrários em ambos os filmes acho que estás errado. No filme de hoje as classes sociais têm dois efeitos diferentes: afasta as pessoas se elas pertencerem a classes diferentes mas aproxima-as se pertencerem à mesma classe. Tal como na Grande Ilusão! Basta ver a relação entre os Soldados (e.g. aquela parte na cela), e reparar também que o General não é próximo de nenhum soldado, mas apenas do General preso.

No meio disto o papel da homossexualidade, penso eu, funciona como o da Guerra no segundo sentido que referi. As pessoas que se juntam no bar não só são da mesma classe como são homossexuais (o que indica certas experiências semelhantes de marginalização). E o mesmo acontece o círculo de amigos de Eugene.

Adios!

Material de Apoio

Como é do conhecimento geralm em Economia nós temos imenso tempo livre (é verdade, temos todas as tardes livres) e para além do mais, fisica, quimica e biologia são incomparavelmente mais dificeis do que Economia e Georafia (cofcof).

E portanto, eu tenho lido algumas coisas sobre os temas que têm sido discutidos:

1- sobre o relativismo moral e a questão da critica a outras culturas:

http://www.answering-islam.org/NonMuslims/islam_above_criticism.htm

2- sobre a nossa disciplina:

http://www.ipv.pt/millenium/Millenium29/17.pdf (ver a parte sobre o "Vestida para matar")

3- http://storage.ku.edu.tr/~doregan/Com102/Archives/Comm%20102%20Autumn%202006/Researchtopics.htm(com imensos filmes sobre imensos temas)

- sobre o filme Pollock (sobre o pintor), que está no tema "subjectividade da estética", achei esta frase demais: "How do you know when you are finished, making a painting?" Pollock's answer, "How do you know when you are finished making love?" xD

4- sobre a pena de morte, alguns argumentos e objecçoes:

http://www.montfort.org.br/index.php?secao=veritas&subsecao=politica&artigo=pelapena&lang=bra

5- Tolerância, MGF e relativismo moral:

http://dossiers.publico.clix.pt/noticia.aspx?idCanal=967&id=278032

http://dossiers.publico.clix.pt/noticia.aspx?idCanal=967&id=166796

depois de vasculhar mais no histórico escrevo os que faltam!

Fassbinder : A Grande (des)ilusão

Sempre que assisto a uma conversa sobre cinema alemão ou vejo qualquer tipo de referência à industria cinematográfica deste país [Alemanha] os nomes que saltam frequentemente à vista são Rainer Werner Fassbinder e Fritz Lang (apesar do último ter nascido na Áustria).

Assim, como amante cinematográfico e absoluto leigo em cinema alemão, a ideia de encetar a visualização de filmes deste país com este renomeado realizador deixou-me ansioso e com expectativas bastante altas em relação a
Faustrecht der Freiheit (esqueci-me do título do filme em português e não encontrei na net, só "Fox and his friends"). Infelizmente, "É das grandes esperanças que nascem as grandes desilusões " - Vladimir Putin (acerca do Obama ahah)

A premissa do filme não era má; era aliás, bastante boa: Um jovem e pobre trabalhador de circo, totalmente cândido e ignorante, ganha a lotaria e de um dia para o outro a sua vida muda. Homossexual, apaixona-se por um homem duma classe social diferente, um típico aristocrata que, sem Fox (o protagonista) perceber, planeia ludibriá-lo ao máximo, extorquindo-lhe tudo o que ganhara.
O problema aqui não foi a idealização, mas sim, a realização.

Por volta do décimo minuto do filme, quando a situação que está prestes a desenrolar-se é-nos exposta, a ideia do logro e a crueldade que dele advém criou em mim uma inquietação (extremamente agradável) que esperava manter-se durante o resto do filme, um horror à conduta de Eugene (o aristocrata) e do resto dos seus amigos, uma crescente preocupação com o protaginista e um sentimento de empatia para com ele que me fizesse repudiar os seus lograntes. Era essa (creio) a intenção de Fassbinder ao realizar este filme e foi exactamente aí que o realizador falhou. Nem empatia, nem preocupação. Nada. Amoção e total indiferença.

O que contribuiu, então, para este erro crasso, a falta de expressividade do filme?

O primeiro, e talvez o mais importante, as personagens em si. O excesso de ingenuidade que caracteriza Fox tornava este filme tão interessante como um jogo de ténis entre a minhã (inexistente) irmã e o Roger Federer. A facilidade com que este "emprestava" centenas de milhares de Marcos a recém-conhecidos ou a forma irracional e imediata como reagia a críticas por parte do seu suposto amante dão a todas as situações deste filme uma inverossímilhança e implausibilidade que mete dó, ou nem isso. Dá a entender que, por falta de imaginação ou empenho, o realizador procurou maneiras fáceis e pouco elaboradas de projectar este logro. (É o que dá fazer tantos filmes em tão pouco tempo)

O segundo, também relacionado com as personagens, são os actores, ou a direcção destes. Fassbinder (como actor - protagonista) manteve a mesma expressão durante todo o filme. Quer em momentos em que devia rir quer quando devia chorar. Uma decepcionante monocordia e uma imutável atitude. Quando ao resto do elenco, mais do mesmo.

Contudo, a inexpressividade deste filme não se fica só pelas personagens. Até a clareza da mensagem era dúbia. O personagem principal era tão estúpido, desinteressante e surreal que quase dá a ideia de que os alvos da "crítica" não eram os aristocratas que o burlaram mas sim os pobres - tão ignorantes e imcompetentes que não deviam ter o direito de ter tanto dinheiro. Sinceramente dúvido que fosse isso que Fassbinder queria transmitir.


P.S. Em relação à comparação feita entre este filme e "A grande ilusão", queria voltar a dar a enfâse ao que já disse anteriormente. A única semelhança que vejo entre os dois filmes é em relação à temática. As situações são totalmente díspares: Na grande ilusão a guerra é o que separa as personagens e a classe social aquilo que as une. Aqui não. Neste caso, a homossexualidade é o que os une e as classes o que os separa.


João Queirós

Intenção vs Consequências

Começo por felicitar o Queirós pela sugestão do filme "A Clockwork Orange", do seu mais-que-tudo Kubrick :P . Apesar de já o ter visto, sei que havia uma grande maioria dos alunos que ainda não tinha tido esse prazer, para além do facto que é um filme que não custa nada rever, antes pelo contrário. É também um filme que dá para discutir inúmeros temas (como se viu na terça).

A questão das teorias normativas da acção (deontologia vs consequencialismo) não é algo que tenha significativamente bem definido na minha cabeça, no entanto confesso que a deontologia, me pareça a melhor alternativa. Não me parece que as consequências sejam uma peça fundamental, na avaliação moral de uma qualquer acção.

Lembro-me de que quando demos o utilitarismo, li alguns textos sobre este tema, e recordo-me que, embora não concorde totalmente com a opinião de Platão, este ilustrava bem o que era moral: Dizia então que não era deixarmos de roubar isto ou aquilo, por medo de sermos apanhados/reprovados pela sociedade. Era sim o que nos faria roubar ou não roubar, quando estivéssemos invisíveis e soubéssemos que ninguém poderia julgar as nossas acções. O resto será algo entre o medo e a hipocrisia. É aquilo que podemos chamar dever interior, que vem contrastar um pouco com o dever exterior. O contrário faria de nós meros instrumentos para a sociedade.

É óbvio que para um sistema como este, é necessário termos uma maneira de universalizar os valores, ou então entraríamos no " o que é bom para mim, é mau para ti". Como? Não sei, não tenho a resposta. Mas penso que passará por algo parecido com o imperativo categórico de Kant. No entanto alinho numa visão mais moderada do que a de Kant, pois penso que é impossível não ser inconsistente ao nível moral adoptando esta doutrina. Temos o famoso caso que exemplifica isso bem: Se alguma vez Kant escondesse um amigo em sua casa, e um assassino lhe batesse à porta e perguntasse se o seu amigo ai se encontrava, Kant teria de dizer a verdade. Penso assim, que há situações onde as regras morais podem e devem ser quebradas, nomeadamente em nome de valores como "Manter promessas" ou "Não infligir mal aos outros". Ultrapassar este problema passará eventualmente por atribuir alguma hierarquia aos valores, mas como disse no inicio, não é algo que tenha pensado a fundo.

Contudo, não encontro qualquer fundamento no consequencialismo.

Em primeiro lugar, usa o indivíduo como um mero instrumento para atingir o bem geral, tomando-nos como objectos sem qualquer vontade, em suma, fazendo com que puséssemos de lado qualquer projecto pessoal já que a maximização do prazer/ ausência de dor não passa por isso.

Em segundo lugar é impossível calcular as consequências de uma acção de uma forma acertada, jamais o vamos conseguir fazer. E há ainda outra questão, de que consequências falamos? das directas? Por exemplo se salvar uma criança poderá à partida ser uma acção moralmente aceitável do ponto de vista consequencialista (consequencial?), o que diremos se essa criança se tornar uma serial killer, ou um ditador, e matar uma data de gente? Continuará a ser uma boa acção? (Isto é também apontado como uma objecção à deontologia, já que na maioria das vezes é impossível apurar a intenção do indivíduo)

O terceiro ponto é que o consequencialismo ignora por completo as normas e regras morais. O objectivo é sempre maximizar o bem. O que por um lado, torna todas as acções que não maximizam o bem, moralmente incorrectas, e por outro torna acções que nos parece, à partida, óbvio que são acções muito erradas, moralmente correctas. Dou-vos o exemplo de dois pacientes que necessitam de um rim. Do ponto de vista consequencialista, matarmos alguém e fornecermos cada um dos rins a cada paciente, parece uma acção completamente aceitável.

Acho que o consequencialismo acaba por aceitar a máxima que os fins justificam os meios, que é algo com o qual não posso concordar!

Sérgio

P.S.: Bibó S.L.B.!

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Maranja Lecânica

Allô!
Estou um bocadinho perdido no meio da discussão por causa do sistema posts/comments, mas, bom ou mau, aqui deixo o meu contributo para a discussão.

Antes de começar deixem-me dizer que sou um subjectivista moral. Não há nada, no mundo inteiro, que nos diga tão linearmente o que é bom ou mau. A moral é uma invenção da vida e, como tantos outros conceitos, é posto num altar a que não pertence (como a consciência, caro professor xD). Penso que a única maneira de achar que os valores são objectivos é a partir da crença religiosa - este ateu convicto já não tem hipótese de ser uma pessoa decente xD.
Mas lá por acreditar que os valores são subjectivos não quer dizer que não defenda os meus ideais, os meus valores e as acções que penso que fariam do mundo um lugar muito, muito melhor. Valores esses que se baseiam na universalidade.

E a Mariana tem toda a razão no que me disse: quando se fala de condenar/apoiar determinados actos, medidas ou políticas concretos (MGF, Máquina do Cérebro, etc..) é necessário deixar para trás a subjectividade moral e partir do parágrafo que começa com "Mas".

A MGF é uma prática desumana. Trata-se de um traço cultural que desrespeita os direitos humanos, que tem consequências nefastas (a não ser para o controlo populacional, poupem-me) e que não dá, e isto é o mais importante, a oportunidade de escolher aplicá-lo.
O Gonçalo argumenta que é um traço cultural que temos de respeitar. Mas Gonçalo, aposto que não acharias tanta piada se fosses castrati.
Pelos mesmos princípios da subjectividade poder-se-iam considerar o homocídio, a pedofilia e o infanticídio* como tradições a respeitar.


Quanto ao filme há imensas coisas que podemos discutir.
O Alex ser "bom" ou "mau" é uma delas. Reafirmo que não me parece que esta dicotomia se possa aplicar a uma pessoa no seu todo, mas antes a determinadas intenções ou consequências.
Mas é preciso deixar claro: aquela máquina não foi boa para o Alex. Não o fez parar de sofrer (pelo contrário), não fez com que deixasse de ter más intenções (He was cured, alright) e toda a mudança de comportamento não o ajudou na sua vida porque não apagou o que ele já tinha feito. Mesmo que começasse uma vida de novo nunca seria uma pessoa que estivesse bem, dado os seus conflitos interiores.

Portanto deixemos esclarecido: As medidas sociais que se seguem pelos mesmos princípios que a Máquina são práticas consequencialistas em que os direitos do indivíduo são ignorados.
E são defendidas por grupos que desumanizam as pessoas: Desde Stuart Mill da ala de extrema Direita americana até ao otário do José Estaline que disse "uma morte é uma tragédia, milhares são uma estatística".

Aliás, nunca seria possível criar máquinas destas que fossem eficazes. Exactamente por causa da já tão discutida Complexidade Humana. Por acaso no tratamento do Alex tropeçaram na questão da música, mas se não tivesse acontecido quem nos diz que ouvir a música depois de sair da instituição não despoletaria no Alex acções ainda piores.


Tinha mais coisas que queria dizer, mas esqueci-me xD
Se me lembrar acrescento no comment.

Até amanhã!

*O infantícidio foi considerada uma prática socialmente aceitável durante muito tempo na altura do apogeu Romano.

domingo, 25 de outubro de 2009

Resposta à Naranja - mary

zézinho, vou-te responder, porque foste o unico a falar mesmo no filme.

concordo com tudo o que disseste, ou seja, percebe-o, mas:
a) "Com o tratamento não lhe tas a dar a oportunidade de se tornar 'bom' e de perceber o que é 'errado'. . " como sugeririas fazer entender ao Alex que o que ele fazia era errado?
b) "Não! Ele deixa de fazer por medo da consequência, pois sabe que vai sentir-se horrivelmente mal (...) Acontece o mesmoc com experiências científicas com ratos."
Tu nao podes saber isso! Se nao fizeres uma asneira por medo do castigo, vais percebendo que alguem acha isso errado e é por isso que te castiga. Aí tu tentas reflectir, o rato nao é racional. Ele sim só associa a dor a comida, um Humano tenta perceber porque é tao errado comer.
Foi assim que comecei a tirar boas notas a matematica (vá, melhores) xD
c) Isso da música não é nada assim! a musica nao era de todo inocente e foi apanhada no meio. Ou seja, para o Alex nao era inocento, era o desplotador emocional, ele imaginava-se a fazer os crimes mais horrendos ao som desta musica. Quando a ouviu, sem querer no tratamento passou a repugna-la tambem, mas se te lembrares bem, logo no inicio do filme, ele chega a casa, liga essa musica e vai guardar o dinheiro e o relogio do casal e relembrar a 'agradavel' actividade noturna -.-

mas sim, convenceste-me com a falta de livre arbitrio tornando a pessoa debilitada e que seriamos todos assim (mais ou menos claro), logo nao nos reproduziriamos etc. se bem que acho (nao tenho a certeza) que no tratamento só te repugnava aquilo que anteriormente te fosse disfuncionalmente bom. ou talvez fosse desde o zero.. nao sei.


p.s.- adorei todas as ideias do queiros relativamente as notas e os parametros do stor tambem me parecem bem.
p.s. mais importante - tambem ia sugeir o water, tinha-me esquecido, por isso estou com o Vasco.

Reposta aos critérios de avaliação propostos pelo professor

Tenho uma proposta de avaliação para a parte (40%-50 %) das análises críticas. O professor sugeriu que fizéssemos no mínimo uma e no máximo três por período, mas eu sugeria que fizéssemos no mínimo duas e no máximo três, contando somente as duas melhores. Isto seria vantajoso para as pessoas que se dessem ao trabalho de fazer três sem penalizar aquelas que (por razões de disponibilidade ou perguiça) se ficassem pelas duas. Por exemplo:

O aluno X obteve, nos seus dois primeiros trabalhos, as classificações de 15 e 16, respectivamente. Se o aluno não quisesse fazer mais nenhuma, a média ((15+16)/2) seria de 15,5 = 16. No entanto, imaginando que o aluno se dava ao trabalho de fazer uma terceira análise e tirava a nota de 17, a média dos seus dois melhores trabalhos ((16+17)/2) seria de 16,5=17. Acho que este tipo de avaliação seria um estímulo positivo à realização de três trabalhos sem penalizar aqueles que não os querem fazer.

Falando agora das percentagens atribuídas a cada factor avaliativo, sugiro ter apenas os 10% fixos e o resto móveis (dentro de certos limites,obviamente), de forma a beneficiar equitativamente todos os alunos.

Vamos supor, por exemplo, um aluno que tem problemas em expressar-se oralmente mas que faz trabalhos excepcionais. Para esse aluno sugeria que os trabalhos escritos contassem o máximo (50%), a participação nas aulas o mínimo (20%) e o blogue também, caso isso o prejudicasse (20%). Para um aluno com características diferentes fazer-se-ia o mesmo, como, por exemplo, 40% análises, 25% blog e 25% participação.

Concluindo, acho que poderíamos estipular os limites para a percentagem dada a cada factor de acordo com o que o professor sugeriu : 40% a 50% análises, 20% a 25% trabalhos blog e 20% a 25% participação. Não sei se estes valores serão os mais acertados por isso sugiro que os discutamos.

Outra sugestão que faço é em relação à nota final do ano. Sugiro que em cada período a avaliação seja feita de forma independente e que se faça uma média ponderada para o último (final do ano). Proponho, então, que seja valorizada 50% a nota do melhor período, 30 % e do segundo melhor e 20% a do pior.Parece algo excessivamente benéfico,mas para casos em que o aluno mantém alguma constância nas notas, não é assim tanto.

Um aluno que tenha, por exemplo, 17,17,18, com uma média aritmética acabaria o ano com 17,3(3)=17. Com esta ponderação acabaria o ano com 17,5=18. Se o aluno tivesse 16,17,18, aplicando a fórmula (18*0.5+17*0.3+16*0.2), obteria o resultado de 17.3, o que corresponde a um 17; o mesmo que obteria com uma média aritmética ((16+17+18)/3), não o beneficiando.

Se ainda assim parecer algo excessivo, sugiro que conte 40% o melhor e e 30 % os restantes.


P.S: Em relação a este período, que já vai quase a meio, sugiro que o número de análises se reduza para um mínimo de uma e o máximo de duas, contando só a melhor.

João Queirós

Comparações estupidas

Acho que já todos reparamos que com esta discussão da mutilação genital feminina, acabamos por fazer comparações estúpidas (todas com lógica) mas não deixam de ser estupidas. com isto proponho que vejam este filme - Agua.



Na índia,o casamento de meninas com homens mais velhos era comum em certas partes da Índia. Quando um homem oriundos de uma família hindu ortodoxa morreu, a jovem viúva seria forçado a passar o resto de sua vida em uma instituição para viúvas chamado ashram uma viúva, a fim de reparar os pecados de sua vida anterior, que supostamente causada marido morte.
Chuyia (Sarala Kariyawasam) é uma menina de oito anos que acabou de perder o marido que nunca conhecera tornando-se automaticamente viuvá. Ela é depositado numa casa de viúvas hindu para passar o resto de sua vida em renúncia. Acho interessante este filme pois fala de um costume de outra religião que eu acho bastante injusto, já para não falar da sociedade da índia, dividida por castas que acho que é um completo absurdo.

Vasco

PS: se quiserem eu posso fornecer o filme xD

Critério para a selecção e apresentação de filmes

Até agora, estas aulas têm sido uma saudável balda. Não temos um critério para a apresentação dos filmes. Vimos dois filmes sobre o determinismo (Fumar e Match Point) um sobre a tolerância (Eduardo Mãos de Tesoura) um sobre guerra (A Grande Ilusão) e um sobre os valores e a sua universalidade/relatividade.

Um colega vosso de outra turma, acha que os filmes deviam ter uma sequência temática definida. Como sabem há quatro grandes áreas temáticas (Valores, Política e Sociedade, Ciência e Tecnologia e Sentido da Existência).

A pergunta que vos faço é a seguinte: deveremos continuar assim, ou, pelo contrário, deveremos dedicar um ciclo de filmes a cada tema? Aceitam-se sugestões.

Jorge

GUIÃO ABREVIADO DE ANÁLISE CRÍTICA DE FILMES

Sem querer ser dirigista, gostaria que o vosso comentário escrito aos filmes pudesse ter como referência os seguintes elementos;

  • Ficha Técnica do Filme (Director/Realizador, Actores Principais, Ano, País de Origem, Características Específicas, - cores/preto e branco, duração)
  • Sinopse (Resumo breve do filme)
  • Principais conceitos filosóficos abordados (por exemplo, o sentido da existência, o Bem e o Mal, a relatividade dos valores, a importância da palavra no discurso político, a Liberdade, a cultura científica e tecnológica, o destino e o acaso, etc.)
  • Opinião pessoal sobre o filme (uma opinião fundamentada sobre o conteúdo do filme e também sobre os seus aspectos estéticos. Não terá que ser forçosamente uma opinião favorável ao filme)
Jorge

Proposta d Avaliação da área de projecto de Filosofia e Cinema

Olá, a tod@s

Como vos tinha prometido, aqui vai a minha sugestão de avaliação nesta disciplina. Sublinho que é uma proposta. Gostaria que a pudessem ler e que dessem o vosso contributo para que ela fosse melhorada. Podem fazê-lo no blog ou na próxima aula, onde vou reservar um espaço para a discussão do tema.

Sucintamente eis a minha proposta:

  • Elaboração de pelo menos um comentário escrito de crítica a um filme visionado na aula por período. Se quiserem, podem fazer mais do que um – no máximo três. (Entre 40% a 50% da classificação, consoante o número de comentários efectuados)
  • Participação na aula criticando os filmes vistos e contribuindo para o debate quer em termos quantitativos, quer em termos qualitativos (20% a 25%)
  • Participação quantitativa e qualitativa no blogue da turma (20% a 25%)
  • Participação em iniciativas diversas realizadas pela turma no âmbito da disciplina (sugestão de filmes, idas à cinemateca, disponibilização de filmes para serem vistos nas aulas, participação em debates ou sessões de homenagem como a que se vai realizar em torno do João Bénard da Costa, etc.) (10%)

Gostava que no último período pudéssemos realizar uma actividade pública de apresentação do nosso trabalho à escola que poderia passar por uma exposição (de preferência bastante provocatória), ou a realização de uma sessão pública com a passagem de um filme e um debate, por exemplo.

PS: As percentagens não são rígidas. Alguns de vocês gostam mais de se se expressarem por escrito do que oralmente. Para esses, poderá ser mais valorizada a componente do comentário escrito aos filmes, fazendo, por exemplo, mais do que um, em detrimento da participação nas aulas.

Jorge

Alex- Mutilação genital feminina-Bem/Mal

Ola! Quanto à Laranja, achei-o um filme excelente, muito bem feito e elaborado, daí também a ser considerado o 53º melhor filme no top mundial dos filmes. Quanto ao Alex acho que não o podemos considerar uma 'boa' pessoa, pois no início consideravamos que ele era mau, devido às suas ações. Mas quando sai da prisão uma pessoa até tem pena dele pois estava-se a tornar uma melhor pessoa, mas na minha opinião quando ele sai e deixa de bater nas pessoas, deixa de violar mulheres, não o faz porque não quer, mas sim porque se sente enjoado e sente repulsa. Logo se não fosse aquele 'tratamento' ele continuaria mau, por isso acho que ele não foi curado, apenas se deu a volta à questão, pois para ele estar curado ele não faria aquelas acções porque as acharia erradas e não porque sente repulsa e então não as faz porque não quer vomitar.

Quanto à mutilação genital feminina acho que é errado, vai contr os direitos humanos, mas trata-se de religião e por mais que se queira mudar esse problema, com a religião não se consegue mexer. Por exemplo, no tempo de Moisés (profeta de Deus, segundo a Biblia) as mulheres e filhos e animais eram sacrificados a Deus pois achavam que isso ia fazer com que o Senhor lá de cima continuasse a gostar deles. Eu sei que parecesse parva a comparação mas trata-se em ambos os casos de religião, simplesmente antigamente a mentalidade era retrógada e agora já não é tanto. Mas para essa gente a mutilação é o bem mas para nós é o mal.

Ou seja, onde uma pessoa vê sempre o bem, há sempre alguém a ver o mal. Estes conceitos são contrários e como as pessoas têm cabeças diferentes e não pensam todas no mesmo, não podemos julgar as culturas que acham que fazer a mutilação é bom, apesar de haver mortes por causa da mutilação. No entanto também há mortes por causa da construção civil mas ninguém quer acabar com elas, porque são necessárias, logo não podemos julgar as pessoas que fazem a mutilação pois elas acham que isso é necessário.

Abraços do Gonçalo

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

olá

Bem para começar desculpem não ter cá vindo mais cedo. Dos filmes que vimos até agora os que mais gostei foram O fumar, e agora a Laranja Mecânica.

Eu acho que toda a cultura nos restringe como seres humanos únicos, mas a verdade é que a sociedade é mesmo assim, têm de existir parecenças e unanimidade caso contrário não seria possível viver em comunidade. O problema é quando essa cultura tem um carácter extremo que é o exemplo da mutilação genital feminina. Como a Marta disse a cultura não pode ser o escudo que protege tudo o que acontece muito menos quando se trata de mutilação genital feminina que não respeita os direitos humanos como principio da igualdade e não-discriminação com base no género, direito à integridade física, e até por vezes até direito à vida.

Não estou a dizer qual cultura é melhor que outra porque isso não é de possível classificação, mas quando uma tradição desrespeita os direitos humanos, pelo menos a mim não me parece muito correcto a continuação deste processo.

Eu acho que na Laranja Mecânica inicialmente nós não gostámos nada do Alex porque para nós ele era uma má pessoa, (não vou entrar no bem e no mal, mas vocês percebem o que eu estou a tentar dizer) no final do filme nós quase que tínhamos pena dele. E qualquer pessoa que visse de fora achava que ele era a vitima, mas ele continuava a querer fazer mal, roubar e abusar, por isso é que é tão impossível distinguir o bem do mal, mas eu achei uma discussão interessante.


Como o Zé disse lá em baixo, a discussão do método apropriado também seria interessante porque claro que eu não concordo com o método utilizado no filme, mas também não conheço nenhum método que pudesse ser utilizado nestas situações.


Rita Calçada

Não ao relativismo absoluto

Estou completamente de acordo contigo Marta.
Mas compreendo o que a Júlia quis dizer. Segundo os países que praticam a excisão, as mulheres que não o fazem ao prestam, sendo assim brutalmente pressionadas a fazerem-no. Aqui a diferença é que, mesmo com a pressão, as mulheres não querem, tentam fugir a essa dolorosa ‘tradição’. Mulheres… ainda nem mulheres são, esta pratica é feita a raparigas ainda na sua adolescência, e muitas vezes ainda na infância, com apenas dois ou três anos, porque, segundo eles, é mais fácil.
"As mulheres guineenses muçulmanas a viver em Portugal são todas excisadas"
"Para nós, as mulheres que não são excisadas não prestam"
"Os usos e costumes não devem ser abandonados. Há uma tendência na Europa para monopolizar a civilização e cultura dos outros. Não deviam pôr em causa os nossos valores, nem dizer 'A nossa civilização é mais bonita do que a vossa'". "Não é crime, não pode ser crime, porque é a nossa tradição. É um símbolo da nossa identidade, uma forma de continuarmos a saber quem somos, fora do nosso país".
É certo que temos de aceitar as culturas dos outros povos, mas ate um certo ponto, á limites! Para isso existem os direitos humanos, e se não intervimos quando nos dão o argumento ‘é uma cultura nossa, não um crime’ então estamos a virar as costas a tudo e a preocuparmo-nos apenas com o nosso país, com a nossa cultura, connosco. Se isso é o relativismo absoluto, então digo não. Relativismo sim, ate um certo ponto, mas relativismo absoluto nunca.

Mariana
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