terça-feira, 20 de outubro de 2009

Laranja - maria

Sim, teoricamente nao existe bom nem mau; é tudo uma questão de valores.
Se vivessemos numa realidade completamente alternativa (??) em que matar (sei que vamos buscar sempre este exemplo pois é o que mais nos assusta) seria uma honra e venerado quem mais o fizesse, isso sim seria o correcto, o bom! (pensando bem, heróis de guerra são isso mesmo, a ilha feroe na dinamarca com a morte de baleias a sangue frio para provar a chegada à maturidade dos adolescentes também...)
e aposto, que por esta altura, já estão a fazer juízos de valor, está-nos tao intrinseco. mas se nessa realidade isso fosse ainda mais natural do que já é isso seriam os nossos valores! por isso sim, é obvio que tudo é relativo, e que o ser humano é um ser muito complexo. Acredito tambem que todos temos a potencialidade de sermos 'maus' e que bastam as condiçoes certas.

No entanto, refilar porque se utiliza a palavra "mau" tambem nao é justo a nao ser que o problema seja mesmo semantico! Porque eu vou defender os meus valores, e quando defendo os meus valores nao digo que eles sao universais, mas digo que gostaria que o fossem, portanto uma coisa que vá contra aquilo em que eu acredito vai ser má para mim, e eu vou lutar contra ela. Nao vou dar um desconto a um crime porque o individuo nao e totalmente mau e foi so a potencialidade dele que, oh, por acaso se expressou. Como a júlia disse somos os nossos actos, as nossas acções comprovam de que somos feitos. E sim, o resultado tambem importa! num mundo idealizado tudo o que interessaria eram as intençoes, pois se a pessoa quer criar 'bem', mesmo que corra tudo mal, a intençao nao deixa de ser boa. mas parece-nos muito mais reprovavel se a intençao tiver sido má mas tiver corrido bem. Porque? Entao valorizamos mais a intençao que o resultado? (Mas o caso da pergunta 'preferia um politico certo que nao fizesse nada ou um corrupto que fizesse coisas?' é controversa pois todas as pessoas a quem já fiz esta pergunta escolheram o segundo) É por esta razao que nunca formei uma opiniao em relaçao as teorias de kant e de stuart mill, porque na verdade nao sei, talvez dependa das situaçoes.

No tal homicidio, o prejuízo vai ser muito maior se o individuo tiver de facto morrido, o resultado importa! mas se for por acidente, em defesa pessoal ou mesmo só nao premeditado é atenuado, o que demonstra que a intençao tambem é relevante. agora, é necessario ter em conta que as intençoes sao muito mais dificies de se conhecer, e os resultados mais praticos. por esta razao chego a conclusao vulgar de que por isso é mesmo é que cada caso é um caso, e é bom que sejam julgados especificamente. Se me oferecerem uma prenda de anos que nao goste, vou contar a intençao, lembrou-se, esforçou-se, se for o politico provavelmente vou escolher o segundo pois quero ver as coisas a andar.

Por mim este assunto nao sai muito mais daqui - uns vao tentar explicar que julgam o bom e o mau de acordo com os seus valores, sociedade em que vivem, consenso e bom senso e outros vao dizer mas quem diz, quem define, quem tem esse poder?! - sim, tudo é relativo, mas praticamente temos de tomar decisoes. E eu vou sempre defender aquilo em que acredito e dizer que NAO aquilo que acho desumano e se me disserem que é relativo e cultural, eu vou dizer argumentem, tentem convencer-me e vou tentando refutar.

Voltando ao filme entao, é uma questao muito controversa, e para variar acho que nao tenho bem opiniao. Por um lado é optimo para a sociedade que aquele individuo nao volte a matar, violar, agredir. Para a valorizaçao do ser, será pior, pois nao é o próprio que decide.
E se nos perguntarmos, 'entao ele é bom ou mau?' (já sei feijo, nada é tao linear), provavelmente vou concordar de que é mau pois tem a intençao, so nao a consegue realizar por motivos fisicos. MAS, Mas, talvez pela dor que sente sempre que tenta fazer mal, se vá habituando e readquirindo novos valores, valores respeitadores. Por exemplo, quando o mendigo se aproximou dele para lhe pedir a moeda, ele ja nao tentou fazer nada, simplesmente deu-a, ao contrario do seu primeiro impulso no inicio do filme só por ouvi-lo cantar.
É obvio que tambem nao queremos pessoas falsas, podem nao ser da nossa opiniao, mas vao fingir ser. Se acharmos que esse fingimento, recalcamento a vai impedir de desrespeitar os outros quase que temos de o considerar bom, mas sem duvida que seria melhor se nao tivesse esse pensamento in the first place.
Se tal metodo existisse penso que nao seria da forte oposiçao nao, nao concordo que o fizesse obrigatoriamente suicidar-se, mas tambem nao sei se seria da sim. Se nos borrifarmos para o 'criminoso' e a sua personalidade, sim é melhor que leve o tratamento, assim nao fara mal a ninguem. Se pensarmos nele como pessoa com direito a livre-arbitrio é muito perverso. mas seria justo para os inocentes arcar com as consequencias, por causa da dignificaçao da personalidade do infractor?
E por acaso, neste caso, foi ele que escolheu e quis o tratamento, se bem que nem sabia muito bem no que consistia.

muitas questoes para variar.
beijos mary

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