terça-feira, 3 de novembro de 2009

Bittersweet Movie

Depois de ter visto hoje o Sweet Movie, de Dušan Makavejev, devo admitir que fui uma das que saiu da sala com uma sensação de repugnância incrível, pareceu-me até incrível que houvesse quem tivesse gostado. No entanto depois do debate percebi melhor o que levou a que a turma se dividisse, e enquanto metade odiou o filme, a outra adorou-o. Não quer isto dizer que tenha passado a gostar, só significa que precisei de o “digerir” melhor.

Provavelmente é preciso ter um grande conhecimento sobre política, que eu não tenho, para perceber todos os simbolismos de que falaram, ou então encontrá-los é só rebuscado, e é, como disse a Matilde, “tentar desesperadamente descobrir simbologias onde elas não existem ou tentar decifrar umas simbologias baratas e através destes dois métodos chega-se à conclusão de que é de culto”.

Mas se o objectivo do filme é passar uma mensagem política, porquê recorrer a métodos tão excessivos? Não digo que o realizador não o possa fazer, claro que pode, mas a sua liberdade criativa não implica que eu tenha forçosamente de gostar do filme e põe-se aqui uma questão de gosto pessoal, como disse o Prof. Neste sentido concordo com o Rodrigo, porque o que imperou foi o nojo, ou o choque, e não a reflexão: de facto, depois da exposição dos argumentos, percebi o “nexo” a que te referes. Mas foi difícil. Ninguém está a pedir facilitismos, mas se o objectivo é haver um debate sobre política, este não é de forma alguma o filme mais indicado para o fazer.

Disse que fiquei mesmo mal disposta durante a cena da refeição dos anarquistas, se assim lhes quisermos chamar, mas não interpretem isso como “foi a cena que mais me chocou”. Não foi. Porque o filme é progressivamente chocante, e depois de ver dezenas de cadáveres a serem examinados, as fotografias e carteiras que estavam nos seus bolsos, haver uma cena tão nojenta como essa só aumentou o meu desconforto.

Marta

PS: Não acho que se deva acabar com a sugestão de filmes por parte dos alunos, e até é bom que haja conflito de opiniões.

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