quarta-feira, 23 de setembro de 2009

No seguimento do "post" do Zé e do professor Jorge venho dar também a minha opinião sobre os limites da tolerância, e tenho pena de não termos dado uma abordagem mais profunda ao tema da tolerância sob o prisma dos seus limites.

Penso que os limites da tolerância se enquadram um pouco naquilo que consideramos violar ou não os direitos básicos inerentes ao ser humano.

Não podemos, como disse o Zé, ser tolerantes com alguém cuja cultura passa por violar constantemente os direitos das mulheres. Não podemos tolerar terrorismo com justificação religiosa ou não.

Vai então, ao encontro da Declaração Universal dos Direitos do Homem, que será talvez o limite de aquilo que consideramos aceitável, e aquilo que não o é. (Poderemos também lançar uma questão, o que é que dá legitimação moral a um punhado de nações de cultura ocidental, de elaborar uma declaração UNIVERSAL baseada na sua própria rede de valores?)

"Desfazer" vícios e tradições são coisas que não acontecem facilmente, exigem um grande esforço de parte a parte, tem que haver alguma flexibilidade de ambos os lados. Não é a impor que se integra. É claro que, como disse José Saramago :" A tolerância para no limiar do crime. Não se pode ser tolerante com o criminoso. Educa-se ou pune-se."
Karl Popper põe-nos a questão sob outra perspectiva, mostrando as consequência de uma total tolerância: "Se formos de uma tolerância absoluta, mesmo para com os intolerantes, e se não defendermos a sociedade tolerante contra os assaltos, os tolerantes serão aniquilados, e com eles a tolerância."

Temos então que fazer uso do diálogo e da argumentação e fazer ver se e porquê a nossa posição nos parece ser a melhor! Usar a democracia como instrumento de integração!

PS: apesar de muito provavelmente não poder estar oficialmente na Área de Projecto de Filosofia e Cinema, espero que não se importem de escrever um ou outro post por aqui :P

Abraço

Sérgio

2 comentários:

  1. Epa, adorei ler :) concordo plenamente..
    Se for para por um ou outro post destes tas mais do que à vontade ahaha
    Abraco
    Ze

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  2. Concordo plenamente com o que dizes!

    Tal como disse na última aula (num contexto menos abrangente, é certo), é necessário chegar a um compromisso que satisfaça todos os envolvidos, e só é possível alcançar um compromisso se houver cedências de parte a parte.

    O problema que se coloca aqui é: e se estivermos perante uma postura intransigente? O que fazer neste caso? Serão a persistência e a defesa acérrima dos nossos valores as únicas ferramentas ao nosso dispor?

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