terça-feira, 25 de maio de 2010

Gattaca


Ficha técnica do filme: Este filme apresenta como realizador Andrew Niccol. Como principais actores temos Ethan Hawke, Uma Thurman e Jude Law. Este filme foi realizado em 1997. Quanto às suas características, é a cores, dura mais ou menos 106 minutos e a língua é o inglês. Trata-se de um filme de ficção científica produzido nos Estados Unidos da América.

Sinopse: Este filme desenrola-se num futuro não muito longínquo onde os seres humanos são escolhidos geneticamente em laboratórios. As pessoas que nascessem à “moda antiga” eram consideradas denominadas de inválidas, visto existirem máquinas que à nascença analisavam todos os defeitos, problemas e esperança de vida dos bebés. Daí serem inválidos, pois encontravam sempre alguns defeitos que podiam ainda nem se notar mas que já estavam determinados.
Um dia nasceu fruto do acto sexual normal, Vincent Freeman que não sofreu quaisquer preparos genéticos e por isso era chamado de inválido. O seu sonho era ser astronauta, no entanto foi detectado um problema cardíaco ficando assim impossibilitado, e os astronautas tinham de ser perfeitos. Este teve um irmão, já preparado geneticamente, sendo por isso melhor em tudo que o seu irmão. Vincent fartou-se e foge de casa. Anos mais tarde consegue entrar na corporação de astronautas, através de um esquema. Este consistia na sua falsa identidade, pois sabendo ele que nunca poderia vir a ser astronauta, aliou-se a um homem de cadeira de rodas, Jerome Eugene Morrow, mas que foi preparado geneticamente e por isso era perfeito para o trabalho. Assim sendo, juntaram-se, e Vicent fazia de Jerome publicamente, dividindo estes os lucros de Vincent. Jerome tirava amostras de sangue, urina, pestanas entre outras coisas para que Vincent as pudesse utilizar durante os testes, de modo a manter a sua falsa identidade.
Tudo corria bem quando um director da corporação é assassinado. Com todos os meios evoluídos, encontram-se pestanas da verdadeira identidade de Vincent. Começando assim a busca, Vincent e Jerome começam a preocupar-se com os seus planos. A investigação começa e descobre-se que o inspector responsável é o irmão de Vincent. Tudo se complica quando este começa a namorar com uma astronauta (Uma Thurman) e começa a desleixar-se. O inspector descobre que aquele Jerome é na realidade o seu irmão e quando vai preparar-se para ter de o prender, um empregado de limpezas assume as culpas do homicídio. Vincent consegue realizar o seu sonho e vai para o espaço, enquanto Jerome deixa uma grande quantidade de amostras e suicida-se.




Principais conceitos filosóficos abordados/Opinião pessoal: Discriminação na sociedade, livre arbítrio/determinismo, limite do conhecimento científico e manipulação dos genes.
Este filme apresenta uma pequena parte relevante à discriminação, mas em todo ele esta surge. No início do filme aparece a dizer que a discriminação às pessoas inválidas é proibida e punível por lei estabelecida, mas no entanto toda a gente o faz. Ou seja, a discriminação está presente em todo o filme, desde as máquinas de sangue avaliando as pessoas de válidas ou inválidas, até ao facto de as pessoas com deficiências só poderem ter empregos de limpeza. Eu acho que esta parte está algo mal feita, pois acho impossível existir esta lei e depois a discriminação estar facilmente presente e visível na sociedade, porque se fosse este o caso, então não existiria nenhuma lei e consequentemente seria o que é hoje em dia. É certo que estas pessoas com problemas eram inferiores às geneticamente perfeitas, no entanto não merecem que ser tratadas de modo tão diferente. Mesmo na nossa sociedade existe esta discriminação, por exemplo, contam-se pelos dedos as cidades no mundo que têm passeios para pessoas de cadeira de rodas e mesmo assim ninguém faz nada. No filme a discriminação é diferente, mas vai dar tudo ao mesmo. Algo que achei irreal no filme também, foi o facto de ser tão fácil enganar um sistema daqueles e como é que a sociedade já não deveria estar preparada para apanhar este tipo de situações. Pois aquele esquema não foi nenhuma invenção de Vincent, muitas pessoas já o faziam. Até já existiam pessoas que trabalhavam em arranjar os pares de pessoas.
O livre arbítrio/determinismo está também presente neste filme através do modo de conceber a descendência, ou seja, através dos laboratórios onde se escolhem os melhores e mais importantes genes dos pais de modo a que o filho só tenha esses e tudo o que seja mau desapareça, de modo a que venha a ser o mais perfeito possível. Está também presente, através das máquinas que analisam tudo sobre as crianças inclusive o tempo aproximado de vida. O primeiro aspecto levanta grandes problemas que já na sociedade de hoje em dia existem. Será que devemos interferir no modo como as coisas são feitas naturalmente e só porque já conseguimos fazer a manipulação, então já temos esse direito? Eu acho que é um bocado relativo. Acho que é bom podermos escolher o que é de melhor em cada um dos nossos pais mas por outro lado acho que as coisas estão e são feitas por alguma razão e o facto de nós as mudarmos pode vir a ter grandes problemas, não sei é quais. Outro aspecto também interessante é que se estamos a escolher os melhores genes para a descendência e depois esta também vai escolher os melhores genes para os seus filhos e assim sucessivamente, vamos caminhar para uma sociedade onde toda a gente será quase perfeita, e por isso não existirá diversidade e como se sabe isso é mau para a sociedade. Deixando assim de haver perfeição, pois visto que toda a gente é quase perfeita, não há nada de melhor para além disso. Tudo isto na minha opinião.
Quanto às máquinas que analisam tudo, acho que isso sim é muito mau, pois ninguém gostaria de saber à nascença que irá morrer com 30 anos ou 60. Também não quererá saber que tem grandes probabilidades de vir a ter problemas ou doenças. E também não vai querer que as outras pessoas o saibam de modo a não sofrer discriminação. Portanto, isto tudo deve interferir no livre arbítrio para quem acredita. Pessoalmente acho que é tudo desnecessário, visto estarmos já todos determinados a algo e não é o facto de sabermos como vamos morrer que vai mudar alguma coisa, ou se calhar pode mudar alguma coisinha. Logo, se estamos determinados ou se temos poder de escolha, não sei, mas acho inútil tentar mudar o que é criado com um grau de inteligência muito superior ao nosso.
O conceito seguinte vem na sequência enquanto filme. Será que existe limite para o conhecimento? Pessoalmente não sei, mas acho que não. Agora apesar de poder não haver limite, isso não significa que se possa tentar chegar lá perto a qualquer custo, aliás até pode ser altamente improvável. Tal como já disse anteriormente, tudo aquilo que se passa nos laboratórios, no filme, é incorrecto, não por causa do limite mas porque não é ético. Aliás o próprio filme mostra que caso exista limite do conhecimento, ainda estamos muito longe dele, visto que aquilo não é nada que nós já façamos um bocadinho, é certo que não daquela forma. Pois se isto for o limite, então estaremos tramados pois não conseguiremos sair daqui até ao fim dos nossos dias.
Portanto, na minha opinião, não existe limite para o conhecimento por uma razão muito simples, ou não. Eu acho que todo o objectivo da existência do ser humano é a inteligência, pois sendo nós tão pequenos no universo mas sendo o grau de criação nossa tão elevado, só mostra que teve de haver algo que nos levasse a existir. Mas o que interessa é o objectivo, que é a inteligência. Nós enquanto seres humanos iremos chegar a um grau tão elevado de inteligência, que iremos ser capazes de criar meios que nos possibilitem continuar a viver pelo universo, quando a vida na Terra acabar. No entanto chegaremos ao tão falado Big Crunch onde tudo acabará e nós também. Mas, seremos capazes que criar as condições para que no Big Bang seguinte tudo se repita e nós voltemos a existir com inteligência. Podendo perceber que nós próprios é que nos criamos a nós. Tudo isto, assumindo que o universo é uma sucessão de Big Bangs e Big Crunchs. E tudo isto baseando-me no Principio Antrópico e determinismo, ou seja, o primeiro diz respeito a uma teoria constituída por um conjunto de dados que provam que a nossa criação foi algo extremamente afinado e com uma probabilidade muito pequena de acontecer, visto que caso mudássemos uma pequena coisa, já não existiríamos. Este associado ao determinismo, leva-nos a perceber que a nossa existência não foi algo ao acaso (pois não existe, tudo está definido) e por isso teve de haver algo que nos criasse com um objectivo, inteligência. Daqui concluo que esta inteligência aqui falada há-de estar próxima do limite do conhecimento caso ele exista.
Quanto à manipulação dos genes, já disse quase tudo anteriormente, ou seja, iremos ser capazes de os manipular, a questão é se vale a pena e se é ético e moral fazê-lo ou não. Algo de bom há-de ter. Seremos capazes de remover todas as doenças possíveis dos indivíduos, mas será que se deve fazer isso. Por que não deixar correr as coisas como elas foram “escritas”.
Concluindo a minha análise, posso dizer que não achei o filme mau, mas também não é algo de brilhante, havendo pequenos erros, como por exemplo Jerome andar de cadeira de rodas numa sociedade tão evoluída. Como é que com a tecnologia tão avançada, ainda não conseguem arranjar maneira de o pôr a andar outra vez. Quanto aos temas acho-os muitos interessantes, no entanto existem alguns filmes melhores para debater cada um deles, mas deste já se percebe muito. No entanto, gostaria de visionar possivelmente no próximo período, filmes que abordassem questões metafísicas como a existência de Deus.

Gonçalo Gomes nº3 12ºC

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